segunda-feira, 19 de abril de 2010

Iliada (Trecho Inicial)

"Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida

(mortífera!, que tantas dores trouxe aos Aqueus
e tantas almas valentes de heróis lançou no Hades,
ficando seus corpos como presa para cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a vontade de Zeus),
desde o momento em que primeiro se desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino Aquiles."

- Homero

O Santo Graal


Chegou a hora..
Porque te angustias tanto, se estou
sempre perto de ti?
por acaso esqueceste de mim?
Onde está o teu sorriso?
Onde se escondeu a tua determinação
por acaso sois menos valoroso
que outrora?
Claro que não!
Olha ao vento e vê teus sonhos
a te fitar, passeando sem rumo.
Prontos, pacientes,
aguardando que você os chame mais
uma vez.
Tal qual Arthur,
Você é um predestinado
a vencer, e vencer...
"Onde está a magia?", tu me perguntas.
Por acaso esquecestes
de tua própria natureza?
És filho do pai de toda a criação,
herança melhor não poderias receber...
Foste escolhido entre milhões
para receber esta missão, e ninguém
mais a terá, exceto tu...
Contempla teu próprio destino, e alegra-te...
Pois hoje brilho em você uma vez mais.
Hoje, teu espírito se agita, ergue tua
espada e a usa para defender o que acredita
e mais ama...
Observa teus princípios, seja humilde
mas jamais inferior!
Pois tua missão te garante o sucesso
Cabe apenas a ti decidir por ele...
Cria tua oportunidade,
não a deixes escapar.
Trabalha, persevera que tua glória há de chegar
Auxilia, jamais dê as costas,
seja ao inimigo, seja a um amigo.
Pois hoje tu renasces,
bebe de meu cálice uma vez mais,
renascendo para a tua glória.
E quem a ti contemplar,
Notará em teus olhos
que estou de volta,
a personificação da tua
maior procura, e a dele,
e a de todos.
Neste momento, estende
tua mão, e compartilha de
nossa essência com ele.
É que, embora sejamos feitos
um para o outro,
podemos despertar os adormecidos
e dar-lhes nova razão para
sorrir, e acreditar.
Eu sou o teu Graal, sou tua
própria essência.
Sou aquele que acompanhará até o
último de teus dias,
ainda que insistas em me esquecer
pois sem mim tua vida é uma espada
sem corte,
um escudo estilhaçado
e uma armadura sem utilidade.
Seu teu melhor aliado,
tua melhor arma...
Tua melhor defesa.
Sou tua esperança de um bom combate,
Tua certeza de vitória.
Sou tua crença...
...e sou teu sonho

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Pequeno Príncipe


(...) "E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o princípe

- estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessiddade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! - disse ela.
- Bem quisera - disse o principe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer.
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa e Sua Origem Pagan

Grande parte das tradições do feriado de Páscoa está contida nos rituais pagãos, que gerou grande variedade de lendas e costumes que passaram a fazer parte da celebração atual.

Na realidade não existe uma páscoa pagã, e sim a festa e a celebração da chegada da Primavera celebrada pelos antigos povos pagãos da Europa e outras regiões.

Muito antes do nascimento de Cristo as tribos pagãs da Europa adoravam a bela deusa da primavera - EE-ah-tra ou Eostre. Festivais para celebrar o nascimento da primavera eram organizados em honra a Eostre no final de março tempo em que o inverno acabava e a primavera começava a brotar no hemisfério norte.

Eostre evoluiu em inglês para Easter e em alemão para Ostern, que significa Páscoa. Outros associam a palavra Easter com o nascer do sol no Este (Leste).

Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Eostre, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã
representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.


Para os judeus antes mesmo do nascimento de Jesus a páscoa já era celebrada onde para eles era chamado de Pessach e tinha outro sentido: o de liberdade, após anos de escravidão no Egito.

Para os judeus a páscoa significa “passagem”, por isso o nome da festa é Pessach. De acordo com a tradição judaica, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos, quando o Senhor enviou dez pragas sobre o povo do Egito e depois de todas elas o faraó libertou os escravos.

Os cristãos e judeus celebravam a Páscoa e o Pessach no mesmo dia. Porem sempre muito ligados a tradições, os cristãos desejavam unificar suas celebrações de Páscoa e fizeram articulações para conseguir este feito.

O Imperador Constantino I, que havia aderido ao cristianismo pediu que o Papa Gregório XIII aproveitasse o encontro com os líderes religiosos no Concílio de Nicea, em 325, para fixar uma data oficial que segundo ele seria o primeiro domingo após a primeira lua cheia a partir do primeiro dia de primavera.

Mesmo com esse encontro o concilio não conseguiu chegar a um acordo e as celebrações prosseguiram em datas diferentes. As Igrejas do leste europeu (ortodoxas) passaram a seguir o calendário Juliano e as do oeste (romanas) adotaram as determinações do Papa Gregório.

Neste período, o clero tinha a enorme preocupação de ampliar a quantidade de fiéis. A adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos de outras culturas e religiões foi um método muito pratico encontrado pelos cristãos para conguirem ampliar a quantidade de fiéis. A partir de então, é observado à pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.

No auge da idade media, nobres e reis de condições mais elevadas costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas.

**O Ovo.

Os ovos, símbolos da fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou lançados ao fogo como oferta aos deuses.

O ovo é considerado a mais perfeita embalagem natural. Em diversas culturas também simboliza o começo do universo.

Ovos eram cozidos e comidos nos festivais do antigo Egito, Pérsia, Grécia e Roma. Era costume pintar os ovos e presentear os entes queridos para celebrar a chegada da primavera, depois do longo inverno no Hemisfério Norte.


Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate

Vários costumes associados à Páscoa não existiam até o século XV.

Os cristãos adotaram esta tradição e o ovo passou a ser o símbolo da tumba da qual Jesus ressuscitou.

Ovos de chocolate começaram a aparecer no século XVII. Ovos de plástico recheados de ovos de chocolate ou bombons surgiram na década de 60.

**A lebre.

A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade.

A lebre simbolizando a primavera também tem origem anglo-saxônica e pré-cristã onde simboliza a fecundidade.

Lebres e coelhos eram associados à abundância e a vida, após um inverno de privações.

Desde a antiguidade a lebre, cuja gestação dura apenas um mês, era a representação da Lua, que neste mesmo espaço de tempo passa da escuridão da Lua Nova ao brilho da lua Cheia.

As crianças suíças acreditam que um cuco traz os ovos, as tchecas esperam que uma cotovia lhes trouxesse presentes e as alemãs possuem outras duas opções, além do coelho: galos ou cegonhas.

No Brasil, tradição do coelho e dos ovos de Páscoa data do início do século XX. Foi trazida, em 1913, por imigrantes alemães.

- Texto Pesquisado Por Site Mundo Pagão.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O que é PAGANISMO?



Ao contrário do que se pensa, Paganismo nada tem a ver com o culto ao demônio - até porque o demônio não passa de uma invenção das tradições judaico-cristãs. A palavra "PAGÃO" vem do latim "paganus", que é aquele que mora no "pagus", no campo, na Natureza. Assim, pode-se dizer que, em termos religiosos, o Paganismo é o culto e o respeito às forças da Natureza. Para o Pagão, toda a Natureza é viva, é Sagrada - e seus deuses e deusas refletem essa crença, oferecendo conforto e equilíbrio àqueles que compreendem o real significado de se respeitar a Natureza.
Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.
Mas quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões. Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: o neo-druidismo e o Asatrú ou Odinismo.
Texto de Claudio Quintino (Crow)
Autor de "O Livro da Mitologia Celta"