Grande parte das tradições do feriado de Páscoa está contida nos rituais pagãos, que gerou grande variedade de lendas e costumes que passaram a fazer parte da celebração atual.
Na realidade não existe uma páscoa pagã, e sim a festa e a celebração da chegada da Primavera celebrada pelos antigos povos pagãos da Europa e outras regiões.
Muito antes do nascimento de Cristo as tribos pagãs da Europa adoravam a bela deusa da primavera - EE-ah-tra ou Eostre. Festivais para celebrar o nascimento da primavera eram organizados em honra a Eostre no final de março tempo em que o inverno acabava e a primavera começava a brotar no hemisfério norte.
Eostre evoluiu em inglês para Easter e em alemão para Ostern, que significa Páscoa. Outros associam a palavra Easter com o nascer do sol no Este (Leste).
Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Eostre, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã
representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.
Para os judeus antes mesmo do nascimento de Jesus a páscoa já era celebrada onde para eles era chamado de Pessach e tinha outro sentido: o de liberdade, após anos de escravidão no Egito.
Para os judeus a páscoa significa “passagem”, por isso o nome da festa é Pessach. De acordo com a tradição judaica, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos, quando o Senhor enviou dez pragas sobre o povo do Egito e depois de todas elas o faraó libertou os escravos.
Os cristãos e judeus celebravam a Páscoa e o Pessach no mesmo dia. Porem sempre muito ligados a tradições, os cristãos desejavam unificar suas celebrações de Páscoa e fizeram articulações para conseguir este feito.
O Imperador Constantino I, que havia aderido ao cristianismo pediu que o Papa Gregório XIII aproveitasse o encontro com os líderes religiosos no Concílio de Nicea, em 325, para fixar uma data oficial que segundo ele seria o primeiro domingo após a primeira lua cheia a partir do primeiro dia de primavera.
Mesmo com esse encontro o concilio não conseguiu chegar a um acordo e as celebrações prosseguiram em datas diferentes. As Igrejas do leste europeu (ortodoxas) passaram a seguir o calendário Juliano e as do oeste (romanas) adotaram as determinações do Papa Gregório.
Neste período, o clero tinha a enorme preocupação de ampliar a quantidade de fiéis. A adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos de outras culturas e religiões foi um método muito pratico encontrado pelos cristãos para conguirem ampliar a quantidade de fiéis. A partir de então, é observado à pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.
No auge da idade media, nobres e reis de condições mais elevadas costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas.
**O Ovo.
Os ovos, símbolos da fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou lançados ao fogo como oferta aos deuses.
O ovo é considerado a mais perfeita embalagem natural. Em diversas culturas também simboliza o começo do universo.
Ovos eram cozidos e comidos nos festivais do antigo Egito, Pérsia, Grécia e Roma. Era costume pintar os ovos e presentear os entes queridos para celebrar a chegada da primavera, depois do longo inverno no Hemisfério Norte.
Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate
Vários costumes associados à Páscoa não existiam até o século XV.
Os cristãos adotaram esta tradição e o ovo passou a ser o símbolo da tumba da qual Jesus ressuscitou.
Ovos de chocolate começaram a aparecer no século XVII. Ovos de plástico recheados de ovos de chocolate ou bombons surgiram na década de 60.
**A lebre.
A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade.
A lebre simbolizando a primavera também tem origem anglo-saxônica e pré-cristã onde simboliza a fecundidade.
Lebres e coelhos eram associados à abundância e a vida, após um inverno de privações.
Desde a antiguidade a lebre, cuja gestação dura apenas um mês, era a representação da Lua, que neste mesmo espaço de tempo passa da escuridão da Lua Nova ao brilho da lua Cheia.
As crianças suíças acreditam que um cuco traz os ovos, as tchecas esperam que uma cotovia lhes trouxesse presentes e as alemãs possuem outras duas opções, além do coelho: galos ou cegonhas.
No Brasil, tradição do coelho e dos ovos de Páscoa data do início do século XX. Foi trazida, em 1913, por imigrantes alemães.
- Texto Pesquisado Por Site Mundo Pagão.