sábado, 26 de maio de 2012

Sobre Fingolfin

"Fingolfin e Fëanor começaram a ter problemas quando ainda residiam em Valinor, graças a disseminação de discórdia causada por Morgoth, o caído. Morgoth espalhou boatos de que Fingolfin pretendia usupar o trono de seu pai, Finwë, até então o rei de todos os elfos e, consequentemente o direito ao trono de seu meio-irmão mais velho, Fëanor. Também plantou rumores de que Fëanor pretendia expulsar Fingolfin e seu irmão Finarfin da cidade de Tírion, a bela residência dos elfos em Valinor.


Obviamente, isso gerou atrito entre os irmãos, e Fëanor, que não primava pela calma e compreensão e era mais facilmente atingido pelos boatos de Morgoth, ameaçou Fingolfin com sua espada, ação pela qual foi isolado por doze anos de Tírion, indo morar com seus filhos e o pai Finwë na fortaleza de Formenos. Dessa forma Fingolfin passou a ser o rei de Tírion e senhor supremo dos Noldor até que Morgoth infectou as árvores de Valinor e roubou as Silmarilli. Zangado, Fëanor incitou a todos com seu espírito de vingança que o seguissem para a Terra-Média, e assim se deu a Fuga dos Noldor, que viraram suas costas para Aman e dessa forma foram amaldiçoados.


   Em certo ponto do caminho, Fëanor traiu Fingolfin queimando os barcos que prometera enviar novamente para que seus irmãos pudessem prosseguir a viagem pelo mar. Fëanor abandonou Fingolfin com seu povo para morrerem em Araman, ou voltarem humilhados para Valinor. Uma grande cólera abateu-se sobre ele, e então liderou, juntamente com os seus filhos e os filhos de Finarfin, seu povo através do Helcaraxë chegando afinal à Beleriand, onde se tornou Rei Supremo dos Noldor e governou em Hithlum, morando às margens da Lagoa Mithrim. São controversas as informações sobre quanto tempo Fingolfin demorou para atravessar do Helcaraxë para a Terra-Média. Porém é dito que quando chegou e desfraldou seus estandartes, o Sol nasceu pela primeira vez.


No entanto, Morgoth também havia se refugiado em Beleriand, e continuou a disseminar a discórdia, a guerra e a dor para seus próprios própositos. Invejoso e covarde, o senhor de Angband quase nunca deixava sua fortaleza. Contra ele os povos de Beleriand lutaram, e foi na quarta grande batalha chamada Dagor Bragollach (Batalha das Chamas Repentinas), no cerco a Angband, que Fingolfin encontrou o seu destino.


Nessa dolorosa batalha, Morgoth soltou rios de chamas sobre seus inimigos destruindo Ard-Galen e derrotando grande parte dos Noldor. Vendo seu povo passar por tamanha provação e sentindo as esperanças se perderem, Fingolfin encheu-se de ira por seu inimigo e em um ato de desespero cavalgou sozinho até os portões de Angband. Tal era sua coragem e sua presença que, chegando lá, foi confundido com o próprio Vala Oromë (um grande caçador que sempre cavalgava por Valinor), e então o exercito de Morgoth que se encontrava na entrada da fortaleza fugiu se escondendo com medo do "Deus".


Assim, Fingolfin Nolofinwë desafiou o próprio Morgoth a uma luta de homem a homem, o chamando de covarde e senhor de escravos aos pés das Thangorodrim, já crendo numa inevitável derrota do povo élfico. Vagarosamente, Morgoth atendeu o chamado de Fingolfin. Foi a última vez que o senhor de Angband atravessou as portas de seu reduto, pois de fato era o único dos Valar que conhecia o medo, e não aceitou o desafio de bom grado.


    Conta-se que seus passos soavam como trovões no seio da terra, e ele chegou trajando uma armadura negra, postando-se como uma torre na frente do rei dos Noldor. Diz-se, no entanto, que Fingolfin refulgia no meio das sombras com sua armadura prateada e seu escudo azul engastado com cristais, e este ergueu sua espada Ringil, que brilhava como gelo. Morgoth, por sua vez, ergueu Grond, o Martelo do Mundo Subterrâneo, e a cada vez que tentava golpear Fingolfin e este desviava, abria uma fenda na terra de onde jorravam fumaça e fogo.


Sete vezes Fingolfin golpeou Morgoth. Sete vezes o Senhor do Escuro gritou em agonia, o que fez com que seus exércitos ficassem prostrados ao chão.


Mas, por fim o rei se cansou, e então Morgoth o empurrou para baixo com o escudo. Três vezes o elfo foi esmagado até se ajoelhar, mas três vezes se levantou com seu escudo quebrado e seu elmo amassado. No entanto, a terra ao seu redor estava toda esburacada, e ele tropeçou para trás e caiu aos pés de Morgoth. Assim, o terrível Senhor de Angband colocou seu pé esquerdo sobre o pescoço de Fingolfin, e fez sobre ele uma enorme pressão. Mas em um golpe final e desesperado, o Rei dos Noldor fincou sua espada no pé de Morgoth, e o sangue negro jorrou enchendo os buracos feitos por Grond. Por causa desse ferimento, conta-se que Morgoth é manco até hoje.


Morgoth ia jogar o corpo de Fingolfin para os lobos, mas este foi salvo por Thorondor, a águia gigante, que feriu Morgoth no rosto (toma, Morgoth!). Thorondor então levou Fingolfin a seu filho, Turgon, que enterrou-o ao norte de Gondolin."


     "Assim morreu Fingolfin, Rei Supremo dos noldor, o mais altivo e destemido dos Reis élficos de outrora. Os orcs não se vangloriaram desse duelo junto aos portões. Nem os elfos cantam esse feito, pois é por demais profunda sua dor". - O Silmarillion
 

Por: Astreya Bhael - Halls of Valhalla RPG

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A lenda de Sigurd e Gudrún

A história de Sigurd e de Gudrún é relatada através de poesia, baseada na métrica e na fonética dos poemas nórdicos primitivos, por sua vez inspirados em lendas nórdicas. O livro é composto por dois poemas, ligados entre si, intitulados “O Lai dos Völsung” e “O Lai de Gudrún”. Em “O Lai dos Völsung” é relatada a história da família Völsung, e em “O Lai de Gudrún” conta-se o sucedido após a morte de Sigurd, último descendente dos Völsung. Dentro de cada um dos lai há introduções e uma análise, para situar o leitor nos acontecimentos relatados nos poemas.

Trata-se, naturalmente, de uma obra complexa, que exige uma apurada atenção e concentração no exercício da leitura. Mas é um esforço altamente recompensador, já que o leitor, quando completamente emerso na obra, vive uma aventura épica (ou várias) inesquecível e empolgante, condimentada com todos os ingredientes essenciais: drama, traição, morte, paixão, ambição, etc.

A edição, posterior à morte de J.R.R. Tolkien, foi organizada pelo filho deste, Christopher Tolkien, precisamente o seu executor literário, que já antes trabalhara Os Filhos de Húrin (outro inédito póstumo). Dada a complexidade da obra, Christopher dotou-a de uma série de úteis e imprescindíveis apoios de leitura, nomeadamente uma introdução e uma série de notas introdutórias, assim como comentários aos dois poemas. A Lenda de Sigurd e Gudrún surge ainda, no final, dotada de um conjunto de apêndices, nomeadamente sobre as origens da lenda. Christopher situa e enquadra não só o trabalho do pai, como as próprias lendas nórdicas que lhe deram origem.

Este trabalho de J.R.R. Tolkien é anterior à sua obra-prima, O Senhor dos Anéis, e é bem visível a influência que veio a ter nesta trilogia, onde os mundos criados pelo escritor britânico têm muitos pontos em comum com os que conhecemos nestas lendas.
Trata-se por isso de uma obra essencial para os seguidores de Tolkien, mas também um livro cativante para quem gosta de desafios de leitura mais ambiciosos, sempre com a garantia de que o esforço será recompensado.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

As filmagens estão chegando ao fim





Parece que as filmagens de O Hobbit estão perto da reta final. Enquanto Peter Jackson ainda está rodando cenas do filme, o ator Ian McKellen está atualmente no estúdio de gravação para gravar a voz de Gandalf.

Este é um trabalho muito comum quando as cenas de um ator estão finalizadas ou em vias de. E a razão é óbvia: na maioria das cenas, principalmente externas, o som não está bom o suficiente para ser utilizado no filme, pois muitas vezes está poluído por diversos ruídos, como de geradores, aviões e etc.. Assim, quase todas as falas são regravadas mais tarde no estúdio.

Para o canal de televisão da Nova Zelândia TvNZ (em vídeo aqui), Sir Ian McKellen disse que agora que ele está ocupado com a dublagem de Gandalf, foi possível ver a primeira parte do filme. “Bem, eu amei o que eu já vi”, disse sobre o material trabalhado até agora. E continua:


”E assim eu começo a ver a primeira parte do filme. E isso é sempre um momento emocionante quando está tudo junto e, francamente, você começa a entender o enredo um pouco melhor do que quando está filmando as cenas. Há algumas grandes performances e Martin Freeman vai ganhar todos os corações dos espectadores. Também todos aqueles anões… fantásticos. E a visão da Terra-média novamente… quero dizer, vocês vivem na Terra-média, vocês kiwis já conhecem tudo, mas, para nós estrangeiros, ver de perto esses cenários magníficos é fantástico!”



A entrevista com o ator britânico foi por ocasião de seu show “Ian McKellen on Stage – with Shakespeare, Tolkien and You” (numa tradução livre: “Ian McKellen no Palco – com Shakespeare, Tolkien e Você”), que está em turnê nos finais de semana, no mês de maio, na Nova Zelândia. Com a renda do show McKellen apoiará a reconstrução do histórico Isaac Theatre Royal, da cidade de Christchurch, que foi severamente danificado durante o terremoto de fevereiro de 2011. O custo da reconstrução do teatro, que tem por volta de 150 anos, é estimado em cerca de 5,5 milhões de dólares neozelandeses.

Procurada pelo neozelandês Stuff.co.nz, a assessora de imprensa de O Hobbit confirmou que o fim dos trabalhos está próximo. Ceris Price disse que a segunda unidade – dirigida por Andy Serkis, o Gollum – terminará suas filmagens no final de maio. “Cerca de quatro semanas antes da conclusão da fotografia principal do filme O Hobbit”, disse. Ela também confirmou a Batalha dos Cinco Exércitos – o clímax do livro – para o último filme, O Hobbit: Lá e De Volta Outra Vez, com estreia mundial prevista para 13 de dezembro de 2013. O primeiro filme, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, estreia mundialmente neste ano, em 14 de dezembro.

Fonte: Valinor