quinta-feira, 11 de junho de 2009

AS LENDAS DA FINLÂNDIA

Luonnotar, virgem e filha do ar, lançou-se ao mar e lá ficou insuflada pelo vento durante sete séculos e nadando sem cessar por todos os mares, até que pediu a Ukko, Deus supremo, que a ajudasse a parir após aquela interminável gravidez do ar. Um pássaro, uma magnífica águia do céu, veio pousar-se nas suas pernas e nelas pôs o seu ninho e seis ovos de ouro e mais outro de ferro, chocando-os durante três dias, até que Luonnotar sentiu o calor abrasador dos sete ovos e meteu as suas pernas na água,
para refrescá-las; então os ovos caíram no mar e deles brotou a Terra, com o seu céu, a sua Lua e o seu Sol, mas a virgem continuaria na água, durante mais outros dez anos, até que Luonnotar decidiu criar vida nessa Terra e dar forma aos continentes e às ilhas; mas ainda esperou outros trinta anos, até que por fim pariu o já velho e gigantesco Vainamoinen, que caiu no mar e nele continuou, como a sua mãe, nadando, até que, depois de oito anos, tocou a terra firme e pôde contemplar ensimesmado aquela primeira ilha, aquele mundo maravilhoso que a sua mãe tinha criado e que agora o rodeava com todo o seu esplendor. Sozinho estava Vainamoinen, até que o deus Sampsa veio ensinar-lhe a forma de cultivar o solo com as suas sementes, embora a Vainamoinen não lhe parecesse demasiado perfeito o que cresceu na sua ilha. De maneira que quatro virgens saídas do mar cortaram a erva e queimaram-na até, que da verde vegetação, só restou a cinza. E uma azinheira começou a crescer, imbatível, apoderando-se da terra e do ar. De maneira que Vainamoinen pediu à sua mãe que o ajudasse a derrubar aquela árvore, e apareceu um diminuto ser que depois também cresceu e cresceu, como a azinheira. Com uma folha de erva formou um machado e com ela a azinheira derrubou de três golpes. Tinha provado qual era a força e o poder da magia; também tinha deixado espaço para que a vegetação recebesse a luz do sol e todas as plantas medrassem. Vainamoinen fez-se ele próprio um machado e derrubou todas as árvores que tinham crescido, todas menos o abedul, no qual se pousaram os pássaros do céu.

JOUKAHAINEM E AINO

Vainamoinen era um cantor de potente voz e profundo verso e a sua fama chegou às terras do norte perdido, até Pohjola. Um lapão presumido, o jovem Joukahainenn, empreendeu o caminho para o sul, para desafiar o velho no seu terreno, na sua casa de Vainola, apesar dos conselhos em contra dos seus prudentes pais. E em três jornadas de marcha desenfreada chegou aos bosques de Vainola, para enfrentar Vainamoinen, para demonstrar-lhe que era mais sábio do que aquele velho, mas não pôde ganhar-lhe com a palavra e quis impor-se com a força da sua espada, obtendo só maior desprezo por parte do seu rival Vainamoinen, que se pôs a cantar as suas magias e a dominá-lo com o seu poder. Joukahainen ficou atordoado, reparando em quem era realmente o seu rival. Tentou comprar a sua liberdade, mas só podia oferecer os seus arcos, um pouco de ouro e de prata, mas nada conseguia do seu vencedor, até que ofereceu a sua própria irmã Aino. Aquela oferta agradou ao velho e trocou a magia de sentido, libertando o convencido Joukahainen do seu enfeitiçado encerro e ordenando-lhe ir procurar a sua irmã, segundo tinha prometido. Joukahainen voltou para o norte, ainda mais rapidamente do que tinha vindo, e chegou a casa dos seus pais, para comunicar-lhes que tinha dado a sua irmã a Vainamoinen para recuperar a sua liberdade. Mas a mãe estava orgulhosa de que a sua bela Aino fosse a esposa de tão poderoso senhor, embora a jovem Aino sofresse pela sua infelicidade e não queria unir-se a um velho como Vainamoinen, mas sabia que devia cumprir a palavra dada pelo seu irmão para que sobre eles não caíssem as maldições do poderoso velho. Aino aceitou resignadamente a sua sorte e depois, entre os bosques, conheceu Vainamoinen num penoso e mágico primeiro encontro, que quase não pôde resistir. Sobrepondo-se aos seus desejos de fugir, Aino vai para o seu destino no longínquo Sul, mas não chegará a Kaleva, porque se afoga enquanto nada alegremente nas águas do mar, inocente vítima de um destino que se virou contra ela.

A DOR DE VAINAMOINEN

Foi muito triste para todos conhecer a cruel morte de Aino; choraram os seus pais, as suas amigas, todos; mais do que ninguém chorou Vainamoinen. Mas saiu para o mar, como tantas vezes, com o seu aparelho de pesca para esquecer a Aino, e encontrou-a sem saber, sob a forma de um peixe desconhecido que escapou a tempo da sua faca, dizendo-lhe quem tinha sido ela antes de converter-se em salmão. Vainamoinen ficou ainda mais triste, ao compreender que a tinha perdido de novo e para sempre. Mas a sua mãe, a Virgem do ar, apiedou-se da sua pena e explicou a maneira em que devia procurar em Pohjola uma bela virgem que fosse sua esposa. Vainamoinen obedeceu à mãe e foi para o norte, à procura da namorada recomendada, sem saber que Joukahainen o esperava disposto a vingar-se, preparado para matá-lo com o seu arco tenso e as suas flechas afiadas, desobedecendo de novo os conselhos da sua mãe. Mas esses conselhos desviaram a pontaria de Joukahainen e as suas flechas falharam; não alcançaram ao cavaleiro mas a cavalgadura. Vainamoinen caiu no mar e foi engolido pelas suas águas, enquanto Joukahainen julgava tê-lo morto e gabava-se disso perante a sua horrorizada mãe, que o maldizia pelo mal cometido. Joukahainen soube, depois, por intermédio da sombra da Justiça, que Vainamoinen, após nove dias flutuando à deriva, tinha sido tirado das águas por uma águia e levado até Pohjola; o velho estava vivo e mais perto do que nunca de conseguir a meta da sua viagem: a namorada que a sua mãe Luonnotar lhe tinha designado da sua tumba marinha. O pobre e estúpido Joukahainen não pôde superar a sua covarde angústia, o seu medo ao castigo que, sem dúvida, lhe vinha em cima e enforcou-se nos galhos de uma árvore que ia cortar.

LOUHI E A SUA FILHA

Vainamoinen estava nas terras de Pohjola, mas estava cansado, ferido e perdido, pelo menos até que a boa Louhi soube dele e se aproximou para oferecer-lhe a solução às suas desgraças; o regresso em breve para sua casa de Vainola, tudo em troca de um sampo, um moinho mágico, e (além disso) lhe oferecia a sua filha, uma virgem como a que a sua mãe lhe tinha apontado. Vainamoinen não sabia forjar o sampo, mas prometeu, de regresso ao seu lar, mandar a Ilmarinen o ferreiro mais capaz, o mesmo que tinha forjado a cúpula celestial. Louhi aceitou o pacto e deu-lhe um cavalo mágico para regressar para o sul num encantamento, sem levantar a vista do seu regaço, sob pena de maldições sem fim. E não era fácil a tarefa, dado que, pouco tempo depois de começar o seu caminho, ouviu um tear sobre ele e, sem se lembrar do que lhe tinha dito Louhi, Vainamoinen levantou a cabeça e viu a bela donzela que tecia em ouro e em prata, a bela que lhe pediu um lugar no seu trenó, não sem antes exigir-lhe que partisse a crina do seu cavalo vermelho com uma espada sem fio e que fizesse um nó invisível com um ovo. Assim o fez Vainamoinen, mas não bastou, pois a caprichosa donzela lhe exigiu uma e outra vez novas provas. O apaixonado não chegou a notar que os três gênios do mal estavam atrás dele, até fazer que se magoasse com o seu machado, com uma tremenda ferida que sangrava sem parar. De maneira que Vainamoinen não teve mais remédio que abandonar a desejada donzela e sair à procura de alguém que pudesse fechar a sua ferida, pois ele tinha perdido todo o seu poder mágico. Curado e reposto, Vainamoinen prosseguiu a sua rota até Kalevala, para chegar à oficina do ferreiro Ilmarinen e convencê-lo de que devia ir a Pohjola forjar o sampo; não o conseguiu e teve que recorrer à sua recuperada magia para fazer com que um tornardo o arrebatasse da sua forja e o levasse até a escura e fria terra do norte.

A PROMESSA CUMPRIDA EM PARTE

Luohi viu chegar magicamente o ferreiro Ilmarinen a sua casa e quase não se surpreendeu quando soube que se tratava dele. Ordenou imediatamente que lhe preparassem a melhor acomodação e até fez com que a sua bela filha virgem se adornasse com as melhores galas, para ser depois mostrada a Ilmarinen e oferecida como recompensa em troca do sampo ansiado. À vista da preciosa criatura Ilmarinen foi procurando por Pohjola o lugar onde realizar o seu trabalho e pôs-se a trabalhar febrilmente na construção daquela forja, primeiro, e na realização do sampo pedido, depois. Ilmarinen demorou três dias em preparar a forja e três dias em forjar o moinho de tampa suntuosa, que era moinho de farinha por um lado, moinho de sal por outro e moinho de moenda pelo terceiro. No seu primeiro trabalho, o sampo moeu uma medida para ser comida, outra medida para ser vendida e uma terceira para ser guardada. Entregue o moinho a Luohi, esta guardou-o no lugar mais recôndito da sua casa. Foi nessa altura, cumprida o seu parte, que Ilmarinen reclamou aquela virgem prometida, mas ela negou-se a acompanhá-lo, porque não estava disposta a ser sua esposa. Ilmarinen abateu-se, sem forças para nada, até tal ponto que a mãe da virgem, a anciã Luohi, se compadeceu da sua tristeza e o enviou numa barca de regresso para o sul, envolvido na força mágica de um vento que ela convocou para que fosse transportado sem perigo em três singraduras até à sua ansiada Kalevala. Lá, na margem, esperava-o o velho e ele disse que o sampo tinha sido construído e entregue a Luohi, segundo se tinha acordado, mas também fez saber que a donzela prometida não cumpriu a sua parte do pacto e que ele, Ilmarinen, tanto como Vainamoinen, tinham sido duplamente burlados pela virgem de Pohjola.

LEMMINKÄINEM O AMANTE

Ahti Lemminkäinen nasceu em Kauko e foi um jovem tímido até que pescou uma tenca e esta, para salvar a sua vida, prometeu ensinar-lhe a palavra encantada que o tornaria no homem mais amado pelas mulheres. Mas não havia tal palavra, era necessário comer o peixe para conseguir esse encanto e Ahti comeu-a. Certamente, em breve Ahti começou a ser querido por todos, especialmente pelas mulheres, como o demonstra a sua primeira aventura com Kylliki, a preciosa jovem de famosa beleza que rapta e apaixona; mas Ahti Lemminkäinen pensa que a sua mulher não lhe guardou a devida ausência e vai para Pohjola, pretendendo desta vez a filha de Louhi e tendo que cumprir uma dura prova para conseguí-la: a captura do alce de Hiisi, caça que lhe custaria a vida nas águas do rio Tuoni, assassinado pela vingança de um velho que tinha humilhado. Ahti caiu no reino da morte, no reino de Tuoni e Tuonetar, no meio do horror e o sofrimento. Desaparecido Ahti, a sua mãe inicia a penosa procura do filho perdido, submergindo-se nas águas, cruzando as terras do norte, perguntando à Lua e, por fim, ouvindo o que o Sol lhe contava, que Ahti tinha sido arrastado para o Tuoni. A mãe pediu a Ilmarinen que forjasse um ancinho de cem braças para tirar o seu filho do fundo do rio; com ele resgatou o seu amado filho e, com o seu amor, devolveu-lhe a vida. Voltaram para casa, mas Kylliki tinha-se ido embora para sempre. Então Ahti partiu de novo para Pohjola, esta vez irado por não ter sido convidado às faustosas celebrações da casamento da filha de Louhi com Ilmarinen. Chegado ao norte, Ahti Lemmikäinen vai provocar o Filho do Norte, o anfitrião, desafiando-o para um duelo à morte, no qual vence Ahti, mas a satisfação pela sua vitória é breve, porque tem que fugir, dado que todos os homens de Pohjola, ao saber que o seu chefe morreu pelas mãos de Ahti, se lançam na sua perseguição. Durante três anos refugiou-se na Ilha das Mulheres, sendo amado por todas e amando quase todas, mas chegou a hora de voltar para junto da sua mãe e não houve mais remédio que abandonar tão doce refúgio. Quando conseguiu chegar às suas terras, viu só destruição e cinzas mas o que via não era tudo; também pôde ver, pouco tempo depois, a sua doce mãe, escondida entre as ruínas, sempre à espera do seu regresso, convencida de que ele voltaria junto da ela outra vez, sabendo que ainda restava muito que fazer ao filho, o alegre herói Ahti Lemminkäinen.

VOLTEMOS A VAINAMOINEM E A ILMARINEN

Vainamoinen construía um barco e estava a ponto de terminá-lo, mas faltavam-lhe três palavras mágicas para terminar de lhe dar forma; não havia maneira de recordar como eram e Vainamoinen desesperava-se, pensando que era uma tarefa impossível, até que se aproximou um pastor e lhe disse que o gigante Antero Vipunen sabia tudo o que ele necessitava de saber. Vainamoinen foi a Ilmarinen, para que o ferreiro lhe forjasse o equipamento de ferro que devia levar para chegar até a morada de Antero Vipunen; então soube, por boca do ferreiro, que Antero tinha morrido há muitos anos. Mas nem isso parou o Vainamoinen, que, equipado com a armadura que lhe permitia atravessar as agulhas das mulheres, as espadas dos homens e os machados dos heróis, chegou ao lugar onde jazia Vipunen com a sua magia. Meteu a sua maça na garganta do gigante e ordenou-lhe erguer-se. Vipunen levantou-se imediatamente, com a boca imobilizada pela maça de Vainamoinen. Aproveitando a surpresa, o velho saltou para a sua garganta e meteu-se no seu ventre, montando dentro dele uma forja para atormentar Antero, comendo as suas entranhas e batendo no seu corpo. Assim até que conseguiu que o gigante lhe ensinasse toda a sua imensa sabedoria.
Quando conseguiu o seu propósito, o imperturbável Vainamoinen voltou para casa e terminou o seu barco. Com ele queria navegar para o norte, para pedir de novo a mão daquela virgem que não podia esquecer. Terminado de construir o seu navio, Vainamoinen botou-o no mar e foi feliz a caminho de Pohjola, mas a virgem Anniki aproximou-se dele para lhe perguntar a razão da sua viagem. Vainamoinen mentiu uma e outra vez, provocando a dúvida em Anniki, que o ameaçou com uma tremenda tempestade se Vainamoinen não dizia imediatamente a verdade. O velho confessou e a virgem foi a correr a dizer a Ilmarinen que o velho tinha decidido ir sozinho à procura da virgem de Pohjola. Ilmarinen preparou-se para ir à procura do velho e conseguiu alcançá-lo, após três dias de corrida no seu trenó.

O PACTO DOS DOIS AMIGOS

Após acordar que já não haveria mais lutas pela virgem de Pohjola e fartos de serem inúteis rivais por esse difícil amor, Vainamoinen e Ilmarinen decidem seguir por separado o seu caminho para Pohjola, este por terra, aquele por mar, à procura daquela virgem tão bela e tão desejável como esquiva, sempre prometida como recompensa ao velho e ao ferreiro e nunca recebida. Mas agora vão fazendo com que ela diga, de uma vez por todas, por qual dos dois se decide a escorregadiça donzela. A escolha é rápida desta vez, pois a virgem prefere Ilmarinen, por que não é um velho como Vainamoinen, embora antes o tivesse rejeitado de um modo tão definitivo. Mas Louhies uma velha retorcida e soberba, que agora quer tornar tudo mais difícil ao bom ferreiro, propondo-lhe novas provas a cada momento. Ilmarinen vê-se obrigado a decifrar os complexos (e absurdos) problemas propostos mas a velha não conta com a cumplicidade antagonista da sua própria filha, da virgem sem nome que tantas páginas da história do Kalevala encheu . Com ela o seu lado, a vitória é segura e o casamento vai celebrar-se com todas as honras. Só ficam de fora Vainamoinen, pela sua tristeza, e Lemminkäinen, que não foi convidado, o que vai ser motivo da sua ira e do início daquele duelo à morte com o Filho do Norte que já relatamos antes. Mas com o casamento não vai chegar a felicidade por muito tempo ao apaixonado Ilmarinen: a sua esposa, a sua bela e ansiada esposa, é uma mulher malvada e a cruel brincadeira que faz ao bom escravo Kullervo, ao dar-lhe uma pedra como única comida, faz que este ponha em marcha a sua vingança (mágica, com certeza) com a cumplicidade do lobo e do urso, matando quem o humilhara. É a desolação para Ilmarinen, ao ver morta a sua amada Kullervo, já antes atraiçoado pelo seu irmão Untamo, que a tinha vendido como escrava, e agora castigado pelo destino, ao saber que a virgem com quem se deitou é a sua própria irmã. Kullervo, ainda mais enfurecido, mata o seu irmão Untamo, mas esta morte também não lhe serve de consolo, e só descansará quando se tire a vida com a sua própria espada.

O DESESPERO DE ILMARINEN

O ferreiro pensou que poderia encontrar consolo numa nova esposa que ele próprio forjasse à imagem da desaparecida e pôs-se a trabalhar incansavelmente na sua forja, até que conseguiu a mais bela mulher nunca construída em ouro e prata; mas fria era a sua companhia, muda a sua presença, inútil a sua existência. Ilmarinen quis oferecer a mulher de ouro e prata a Vainamoinen, mas ele não a quis e recomendou a Ilmarinen que a voltasse a fundir, pois ninguém se devia deixar deslumbrar pelo ouro ou pela prata. Ilmarinen compreendeu que devia procurar uma nova esposa de carne e osso e pensou em Pohjola, noutra filha de Louhi que lhe recordasse a sua perdida mulher. Mas nada conseguiu de Louhi e teve que raptar a sua segunda filha. Também o rapto não serviu de muito, pois na primeira noite já se deitou ela com um desconhecido. Ilmarinen, ao despertar, viu a cena e quase que a matou, mas a sua espada negou-se a terminar com a vida daquela vaidosa e o desgraçado Ilmarinen contentou-se com ordenar que a infiel raptada fosse converter-se em solitária gaivota, condenada a viver sobre um penhasco, entre as frias águas do mar. Mais sozinho do que nunca, o ferreiro seguiu o seu interrompido caminho para o lar. Ao caminho saiu-lhe o velho Vainamoinen e juntos propuseram-se resgatar de Pohjola aquele sampo construído para conseguir a pretendida felicidade e que tão tristes frutos tinha deparado a ambos. Construíram um navio poderoso, forjaram uma espada vencedora e partiram à procura do sampo mágico, colhendo pelo caminho o retirado herói Lemminkäinen, que se somou à expedição, feliz de poder voltar a lutar contra a gente de Pohjola, da qual tão penosas recordações guardava a sua memória.

A CRIAÇÃO DO KANTELE

Chocaram os navegantes contra algo estranho, contra algo que os parou no seu caminho. Vainamoinen fez uma harpa, o kantele. Todos os que viviam nas proximidades foram prová-lo, mas nenhum conseguia tirar um som daquela harpa feita das espinhas de lúcio gigante. Até que as mãos do velho Vainamoinen acariciaram o kantele: então brotou um torrente de som que causou a admiração dos deuses, dos homens e até dos animais, que abandonavam as suas guaridas, esconderijos e ninhos e corriam, nadavam e voavam para ouvir a música inigualável de Vainamoinen com o seu kantele. Depois, quando a grande festa acabou, os três heróis empreenderam o rumo para Pohjola. Lá, a velha Luohi lhes perguntou o motivo da sua visita e eles foram sinceros, pois disseram que queriam compartilhar aquele sampo que Vainamoinen pediu a Ilmarinen para que Louhi o desfrutasse. Mas a velha encolerizou-se pois não estava disposta a compartilhar o seu tesouro; nunca o tinha estado e por isso tinha-o aprisionado sob a terra, na escuridão mais impenetrável, porque o queria possuir, embora não desfrutasse da sua potência mágica. A horrível mãe de Pohjola chamou os seus homens para que acudiram em seu auxílio, para que matassem Vainamoinen; de novo foi inútil o seu magno esforço contra o imperturbável e sábio Vainamoinen; o velho runoia não gostava de ter que matar uma e outra vez, por isso bastou-lhe sentar-se perante o seu kantele e tocar nele; em breve os guerreiros estavam enfeitiçados pela sua música e a sua magia. Livres os heróis para se moverem por Pohjola, foram à procura do sampo. Vainamoinen, Ilmarinen e Lemminkäinen arrancaram-no do seu esconderijo com a ajuda de um touro gigante; o moinho já era seu; tinha chegado a hora de embarcar e voltar triunfantes para Kaleva com a riqueza que o sampo representava, com a magia do moinho no seu poder.

A BATALHA ENTRE KALEVAA E POHJOLA

Estavam muito longe de Pohjola Vainamoinen, Ilmarinen e Lemminkäinen e os três heróis, julgando-se vitoriosos na sua expedição, mas Louhi já tinha recuperado o sentido e soube que lhe tinham tirado o seu sampo. Então, mais furiosa do que antes, pediu à deusa da névoa que enviasse uma tal névoa aos navegantes que os detivesse onde quer que se encontrassem. Uuta, a deusa, ouviu a sua petição e envolveu a embarcação na mais densa névoa durante três dias, mas a espada de Vainamoinen fendeu-a e livraram-se dela. Depois Ukko, deus do céu, enviou os seus ventos contra os navegantes, e as ondas arrebataram o kantele, mas a magia de Vainamoinen venceu os ventos. Louhi, desesperada, mobilizou o seu exército e o lançou num barco com cem remadores e mil guerreiros, atrás dos três heróis, mas a magia de Vainamoinen fez surgir escolhos das águas e o barco inimigo se afundou ao chocar contra eles. Mas Louhi transformou-se em águia e montou às costas dele o exército de Pohjola e pôs-se de novo a caminho contra os três heróis. Vainamoinen viu-a chegar e ofereceu-lhe de novo compartilhar o sampo, mas a velha só o queria para ela. Vainamoinen começou o seu combate contra Louhi e destroçou o seu exército, mas a velha avarenta agarrou o sampo na sua queda, arrastando-o com ela para o fundo do mar, já partido o moinho em mil pedaços. Após a sua perda, a velha Louhi voltou para sua casa do norte, chorando amargamente pela sua avareza. Vainamoinen não se alterou pela perda, antes pelo contrário, predisse que os restos do sampo serviriam para repartir entre todos o seu poder, para fecundar a terra com generosidade, e (em efeito) os restos esperavam-no na areia da praia quando chegou a casa, e a única coisa que teve que fazer foi levá-los pela terra dentro e o grão floresceu para sempre dessa semente.

O KANTELE DE ABEDUL

Vainamoinen tratou inutilmente de recuperar o seu kantele do fundo do mar com a ajuda de um ancinho forjado pelo seu bom amigo Ilmarinen que, com a sua madeira, fabricaria um kantele, e com os cabelos de uma virgem as suas sete cordas; Vainamoinen fez de novo soar a sua harpa, e de novo deuses, humanos e animais acudiram apanhados pela sua música sem par. Mas espreitava de novo a desgraça, porque a velha Louhi aproveitou que o Sol e a lua se tinham aproximado tanto da Terra para ouvir a música de Vainamoinen que esta os apanhou e os encerrou em Pohjola. Não se contentou com este seqüestro da luz, pois também roubou o fogo de Ilmarinen e a escuridão abateu-se sobre toda a Kalevala. Reuniram-se todos os homens e mulheres de Kalevala para pedir a Ilmarinen que forjasse um novo céu, para que construísse um novo Sol e uma nova Lua e, à luz das pirilampos, fez um Sol de ouro e uma Lua de prata, mas nenhum dos dois astros de metal pôde restaurar a luz perdida. De maneira que Vainamoinen pediu à Sorte que lhe dissesse onde estavam o Sol e a Lua desaparecidos, e a Sorte respondeu-lhe que em Pohjola. Vainamoinen foi sozinho ao norte, sozinho enfrentou todos os guerreiros de Pohjola e todos destruiu, mas não podia tirar a Lua nem o Sol do seu encerro. Sozinho voltou para Kalevala, para pedir ao seu amigo Ilmarinen que lhe forjasse uma dúzia de cunhas, umas chaves de todos os tipos e um tridente. Mas Louhi foi ao sul, convertida em pássaro necrófago, para espiar Ilmarinen na sua oficina. Perguntou-lhe a velha, transformada em passarão, o que era aquilo que o famoso ferreiro estava forjando tão afanosamente na sua bigorna e o inocente ferreiro respondeu-lhe, sem suspeitar quem era o seu interlocutor, que se tratava de uma argola de ferro para aferrolhar a sinistra velha de Pohjola. Louhi assustou-se com a descrição e a finalidade do seu trabalho, pois já se via apresada pelos airados inimigos. De maneira que Louhi voou rapidamente para o norte, para libertar a Lua e o Sol do seu encerro e devolvê-los ao sul, ao céu de Kalevala, para, com o regresso da luz, roubar o fogo do ferreiro sem que tivessem tempo nem ocasião de reagir. Quando quiseram reparar, o país de Kalevala tinha de novo a sua luz no céu, mas faltava o fogo de Ilmarinen; pararam todas as atividades, nada se podia fabricar na forja apagada, nada se podia cozinhar nas suas lareiras sem lume. Reuniram-se os preocupados heróis, Vainamoinen, Ilmarinen, Lemminkäinen e o seu bom amigo Tiero, aquele de quem suspeitaram quando a sua esposa Kyllikki desapareceu, para tentar solucionar definitivamente o constante problema que colocava a velha e malvada Louhi, a Mãe do Norte. Todos eles bem sabiam que só Louhi podia ser a culpada daquele crime; todos eles bem sabiam que só apresando-a e enviando-a para Manbala, o inferno do negro rio Tuoni, podiam assegurar-se a paz de uma vez por todas.

A MORTE DE LOUHI, O TRIUNFO DO BEM

Quando os quatro heróis estavam reunidos no bosque, elaborando o seu plano contra Louhi, voou sobre eles um corvo, advertindo-lhes do perigo que representava essa conversa entre eles que podia também ser ouvida do mesmo modo pelos seus inimigos. Aceitaram o conselho e foram para casa de Lemminkäinen, e lá viram quais eram as forças próprias e quais as alheias. Decidiram que não podiam contar com os deuses nem com a justiça, pois nem uns nem a outra podiam implicar-se num assunto em que fossem invocados por ambas as partes opostas. Considerou-se que os feitiços também não contariam, pois os dois bandos eram igualmente poderosos em assuntos de magia; ficavam pois Louhi e o seu gente, a pouca sobrevivente das anteriores batalhas, e os quatro heróis, Vainamoinen, Ilmarien, Lemminkäinen e Tiero. Os quatro iriam por caminhos diferentes; Vainamoinen e Ilmarinen por terra e Lemminkäinen e Tiero por mar, até se reunirem nas imediações da mansão de Louhi, para lá fazer sair a velha e acabar com ela, cravando-a depois Lemminkäinen com as suas flechas na casca de um abedul, como se se tratasse duma borboleta. Quando Vainamoinen e Ilmarinen estavam tomando a sua última comida junto dos fogos apagados de Kalevala, viram que caía fuligem da lareira e entrava um forte cheiro a hortelã; alguém tratava de entrar por ela e, pelo aroma da hortelã, não podia ser outro que o bom anão Kul, que vinha ajudá-los e a dizer-lhes que conhecia o seu plano; que enquanto eles lá estavam Yanki-murt estava acompanhando Lemminkäinen e a Tiero na sua navegação, e que Louhi tinha mandado contra eles o gelo para imobilizá-los no meio do mar, coisa pouco provável, dado que Yanki-murt sabia os conjuros necessários para acabar com essas magias da velha de Pohjola. Vainamoinen respondeu ao seu amigo Kul que, com toda a certeza, Louhi mandaria contra eles o monstro Tursas, e Kul tranqüilizou-o, assegurando-se que já estava em caminho Vuvozo, com um tonel de cerveja para convidar o Tursas, dado que essa era a sua bebida favorita. Kul também tinha tramado um plano para eles, dado que o bom anão sabia que havia uma fresta oculta no caminho, à espera do seu trenó, e tinha pensado mandar um trenó com as suas roupas, para que Louhi julgasse que tinha acabado com eles, como julgaria que tinha acabado também com Lemminkäinen e Tiero, pois os quatro iriam voando nos dois grandes albatrozes. Além em Pohjola, junto da casa de Louhi, estavam penduradas as presumíveis roupas dos presumíveis heróis vencidos e ela e a sua gente celebravam a imaginária vitória; mas então chegou um velho a casa e Louhi saiu para recebê-lo, julgando que era Pol, que vinha trazer os morangos para o banquete. Mas o velho espetou à Louhi que se colasse à porta que Yanki-murt tinha fechado ao entrar, enquanto Vu-vozo tinha adormecido os sequazes da velha com o seu olhar. Lemminkäinen apontou com o seu arco à velha e disse-lhe que vinham procurar a sua roupa e recuperar o seu fogo. Mas Louhi não estava disposta a deixar-se vencer e negou-se a dizer-lhes o esconderijo do fogo, e Kul apressou Lemminkäinen para que acabasse o que já estava começado, pois eles os sete encontrariam o fogo roubado sem nenhuma outra ajuda. Então Lemminkäinen soltou a mão que tensava o arco e a flecha voou para atravessar de morte o corpo da velha e cravá-lo na folha da porta, como se cravam as borboletas no tronco de um abedul, enquanto a sua negra alma ia parar ao fundo do rio Tuoni, para ficar lá para sempre, submersa no reino da morte.

O FIM DE MARJATTA

Após este relato da luta entre o sul e o frio norte, o Kalevala estendia-se com um canto, o qüinquagésimo poema, no qual se fala da virgem Marjatta, que dá a luz um menino sem intervenção de homem (a imaculada concepção) e diz que esse menino será nomeado rei de Karelia, enquanto o velho e sábio Vainamoinen, cedendo o seu posto a esse menino prodigioso, abandona Kalevala e lega ao povo finlandês o seu canto e a sua música.

Os Deuses Celtas

Angus Mac Og (Irlanda) - Deus: da juventude, amor e da beleza.

Anu (Irlanda) -Mãe Terra, Deusa de fertilidade, prosperidade e do conforto
.
Arawn / (País de Gales) - Deus do reino do subterrâneo, do terror e da guerra.

Arianrhod ( País de Gales) - Deusa, aspecto da Mãe, da Deusa Tripla na Irlanda. Honrada na Lua cheia, Deusa da beleza, fertilidade, reencarnação.

Badb (Irlanda) - Deusa, aspecto da Mãe da Deusa Tripla na Irlanda. Associado com o caldeirão, e corvos. Representa a vida, sabedoria, inspiração.

Bel / Belenus (Irlanda) - Deus, estreitamente ligado aos Druídas. Deus da ciência, restabelecimento, primaveras quentes, fogo, sucesso, prosperidade, purificação, colheitas, vegetação, fertilidade.

Blodeuwedd / Blod-oo-eeth// Blancheflor ( País de Gales) - Deusa da terra em florescimento, flores, sabedoria, mistérios lunares, iniciações, Deusa jovem.

Boann (Irlanda) - Deusa Mãe de Angus Mac Og.

Bran o Abençoado (País de Gales) - Deus da profecia, das artes, dos líderes, da guerra, do sol, e da música.

Branwen / Bran -oo-en (País de Gales) - Deusa do amor e beleza.

Brigit / Breed / Brida (Irlanda e País de Gales, Espanha, França) - Deusa associada ao Imbolc, Deusa de fogo, fertilidade, todas as artes femininas. Esta relacionado à agricultura, à inspiração, ao aprendizagem. à poesia, à adivinhação, profecia, amor, bruxaria, ao conhecimento oculto.

Cernunnos (Ker-noo-nos) - Conhecido emtodas as regiões Celtas, Deus da Natureza e todas coisas selvagens. Deus da virilidade, fertilidade, animais, amor físico, natureza, reencarnação, encruzilhadas, riqueza, comércio, guerreiros.

Cerridwen (País de Gales) - Deusa da Natureza, da morte, fertilidade, inspiração, magia, astrologia, ervas, ciência, poesia, feitiços e conhecimento, sua imagem está relacionado ao caldeirão.

Creiddylad / Cordellia (País de Gales) - Deusa ligada à Beltane, frequentemente chamada de Rainha, Deusa de Flores de Verão, amor.

Crone conhecido em todas as regiões célticas - Deusa, aspecto da Deusa Tripla. Ela representa velhice ou morte, inverno, o fim de todas coisas, o sangue menstrual, fases de vidas das mulheres. Toda destruição que precede regeneração através de ela, o caldeirão do renascimento.

Dagda (Irlanda) - Deus da proteção, guerreiros, conhecimentos, magia, fogo, profecia, tempo, reencarnação, as artes, iniciações, o sol, restabelecimento, prosperidade e abundancia, música e harpa.

Danu / Danna (Irlanda) - Deusa provavelmente o mesmo como Anu, Mãe dos Deuses, Grande Mãe, Deusa Lua, Patrona dos Magos, rios, água, prosperidade e abundância.
Diancecht / Dian-ket (Irlanda) - Deus médico-mágico do Thuata da Danann. Deus de magia
curativa, medicina.

Don / Dom-noo (Irlanda e País de Gales) - Deus governante da terra, da morte eentradas para os outros mundos. Controle dos elementos, eloquência.

Druantia (Todas as regiões célticas) - Deusa da fertilidade, paixão, atividades sexuais, árvores, proteção, conhecimento, criatividade.

Dylan (País de Gales) - Deus do Oceano.

Elaine (País de Gales) - Deusa, aspecto intacto da Deusa.

Epona (Grã-Bretanha, Gaul) - Deusa da fertilidade, maternidade, protetora dos cavalos, prosperidade, cães, primaveras, colheitas.

Eriu / Errado-eu-oo (Irlanda) - Deusa, uma das rainhas do Tutha da Danann.

Flidais (Irlanda) - Deusa das Florestas e coisas selvagens.

Goibniu / Gofannon / Gov-ann-em (Irlanda e País de Gales) - Deus dos ferreiros, fabricante de arma, fabricação de jóias.

Great Father (Todas as regiòes Célticas) - O Senhor (não o diabo), Senhor de inverno, colheita, animais, montanhas, regeneração. O aspecto masculino de criação.

Great Mother (Todas regiões Celtas) - Deusa, a Dama, o aspecto feminino de criação, Deusa de fertilidade, a Lua, verão, flores, amor, restabelecimento.

Green Man (Todas as regiões Celtas) - Veja Cernunnos.

Gwydion / Gwin-dee-em (País de Gales) - Deus, o maior, guerreiro-mágico, mudanças, magia, o céu.

Gwynn Ap Nudd / Gwin-ap-Neethe (País de Gales) - Rei das Fadas.

Gwythyr / Gwe-theer (País de Gales) - Deus, contrário de Gwynn ap Nudd. Rei do mundo superior.

Herne, o Caçador (Todas as regiões celtas) - Igual à Cernunnos, Homem Verde, Senhor da Caça selvagem. O lado ativo, masculino de natureza. Pai da Terra, dos animais selvagens, fertlidade, desejo, amor físico, agricultura, bandos. Deus Cornífero, o Deus amante da Deusa Mãe.

Llyr / Thleer / Lir (Irlanda e País de Gales) - Deus do oceano e água.

Lugh / Loog (Irlanda) - Deus das habilidades. Druída médico, magia, reencarnação, relâmpago, água, artes manuais, poetas, músicos, historiadores, iniciações, profecia. Conhecido como o Deus Sol Celta.

Macha / Maax-ah (Irlanda) - Deusa protetora nos estados de guerra, deusa da força física pura, sexualidade, fertilidade, domínio acima dos homens.

Manannan Mac Lir / Mannan-awn maliklir ( Irlanda e País de Gales) - Deusa do oceano, navegantes, das tempestades, fertilidade, artes, renascimento.

Margawse (País de Gales) - Aspecto da Deusa Mãe.

Merlin (País de Gales e Grã-Bretanha) - Deus, Druída, mágicko das ervas, da natureza, proteção, profecia, dons psíquicos rituais encantamentos.

Morrigan / Morgana/ Moor-rig-oo (País de Gales, Irlanda, Grã-Bretanha) - Deusa suprema, patrona das sacerdotizas, sacerdotes e bruxas.

Nuada / Nudd (País de Gales e Irlanda) - Deus parecido com Netuno, Deus das águas, oceanos, pesca e sol.

Ogma / Ogmios (Irlanda) - Deus parecido com Netuno.

Rhiannon / Hri-um-não (País de Gales) - A Grande Rainha, Deusa dos pássaros e cavalos, dos encantos eda fertilidade.

Scathach / Scatha (Irlanda) - Patrona da destuição dos ferreiros, magia, profecia.

Taliesin / Tal-eu-ess-em (País de Gales) - Deus poeta, da sabedoria, mago, música, conhecimento.

Runas - O Oráculo dos Druidas

O nome RUNA vem do termo gótico que significa sussurro, algo secreto, mistério, segredo. Os símbolos rúnicos eram utilizados antes do advento da escrita sendo, depois, associados ao alfabeto celta. Sabe-se que os povos germânicos, antes de possuírem uma escrita, costumavam desenhar símbolos em rochas.

Essas inscrições chamavam-se Hallristninger e datam de 1.300 anos AC. São 24 sinais representando homens, animais, partes do corpo humano, armas, símbolos solares, de transporte, de tempo, da natureza, cujo significado profundo era transmitido secretamente de pai para filho. Esse conjunto de sinais era usado como oráculo, podendo ser gravado somente em substâncias naturais, não manufaturadas, tipo cristais, sementes, couro, ossos, madeira, conchas, seixos etc. Para a utilização do oráculo, os símbolos eram previamente consagrados com as forças da natureza, os quatro elementos: terra, água, ar e fogo. A mitologia dos povos da Escandinávia, região que hoje corresponde à Suécia, Noruega, Islândia e Dinamarca, é repleta de histórias sobre deuses fantásticos, gigantes, dotados de incríveis poderes.

A gênese dos nórdicos é relatada no poema Edda Poético do século IX. Conta a lenda que Odin - PROTETOR DAS RUNAS - era um dos maiores deuses nórdicos. Seu nome significa VENTO ou ESPÍRITO. Esse protetor dos exércitos ficou pendurado pelo pé na árvore Yggdrasil (árvore do mundo, que ligava o céu e a terra), passando frio e fome durante 9 dias e 9 noites, ferido por sua própria lança. Após este ritual de sacrifício, teria avistado os caracteres rúnicos. Era ajudado por dois corvos, HUGIN, Espírito e Razão, e MUNIN, Memória e Entendimento, que se posicionavam em seus ombros depois de percorrerem o mundo durante o dia em busca de novidades para o Grande Deus. Odin possuia um cavalo lendário chamado SLEIPNIR, que tinha oito patas, locomovendo-se rapidamente pelos céus entre a esfera humana e a divina.

A lança de Odin, GUNGNIR, presente dos anões ferreiros, só se detinha após atingir o alvo. Sentado em seu trono de onde podia avistar o mundo inteiro, o deus ficava em companhia dos mais valorosos guerreiros mortos em campos de batalha, recolhidos no derradeiro minuto de vida pelas WALKIRIAS, as doze virgens aladas com plumas de cisne. Esse exército espiritual do Bem mantinha-se em alerta para entrar em ação contra as forças do mal, por ocasião do Crepúsculo dos Deuses - RAGNAROKK, o Apocalipse Os antropologistas afirmam que ODIN-homem era um paranormal, possuidor de poderes psíquicos, que mantinha contato com o mundo dos espíritos, conseguindo detectar doenças e localizar pessoas e objetos à distância. Esse homem, chefe de uma comunidade tribal da Ásia, com conhecimentos xamânicos, teria emigrado para a Escandinávia e lá instalado uma religião primitiva baseada nesse código secreto de mensagens mágicas. Odin-homem, após a sua morte, teria sido elevado à condição de divindade local, sendo seus ensinamentos difundidos por sacerdotes. Os celtas eram adoradores da natureza.

Os templos eram situados nas grandes florestas e sempre possuíam fontes de água subterrânea. A Catedral de Chartres foi construída numa região da antiga Beócia, sede de um complexo pré-histórico, que reunia aldeias celtas e um templo pagão da religião dos Druidas. No subsolo correm vários veios de água que, segundo especialistas em radiestesia, formam na superfície campos de energia telúrica excepcionalmente poderosos.

Hoje em dia é permitido ao turista levar água dessa fonte que contem propriedades curativas. Conclui-se que os celtas já eram conhecedores da radiestesia. Os Mestres das Runas eram identificados pelo manto que usavam com pedras na bainha, e por manterem a cabeça sob um capuz de pele branca. Eram muito respeitados pela comunidade em virtude do trabalho espiritual, jurídico e do apoio material que prestavam.
No século I de nossa era, o hábito de consultar as Runas já havia se espalhado pela Europa. O jogo de Runas sempre revestiu-se de um caráter mágico e sagrado. Usado como oráculo, chama a atenção para as forças ocultas que podem estar agindo. É o consulente, com base nessas informações, que decide o que fazer para que as tendências reveladas pelas Runas se concretizem ou não. Deve manter-se receptivo para acessar o que houver de positivo e transmutar o que existe de negativo. Mestre interior é a serenidade que vem da certeza de que sempre existirá uma passagem que leve do escuro profundo para a luz clara do dia, sempre ... Sua orientação dá-se quando a intuição se faz mais forte do que as dúvidas da razão, dizendo que esta é a hora e aquela é a direção. .



A Sociedade Celta

O crepúsculo é a hora da imaterialidade. É ao cair do sol que as sombras se tornam traços alongados sobre o chão. É ao levantar da lua que as formas se difundem, se confundem, em um jogo de cores e matizes, em uma dança meio que desordenada de ícones e símbolos. O crepúsculo é o momento do diáfano, do irreal, do etéreo, do não palpável. É a morte do dia, o nascimento da noite, mas já não é mais dia, e ainda não é noite.
Enfim, o crepúsculo é o reino do vir a ser, um castelo construído com as pedras da virutalidade. A Idade Média é uma zona de crepúsculo. Um tempo em que as fronteiras, tanto geográficas como psicológicas, ainda estão longe de estarem definidas. São séculos que tem a palavra incerteza encrustada nos portais de suas cidades muradas, escrita com letras de fogo por sobre os portais das igrejas e no coração de seus habitantes. E levar essa palavra - incerteza - em consideração é uma condição básica para que ousemos nos aproximar da dita Idade das Trevas.
Esse caráter fragmentário tornar-se-ia explícito em quase todas as instâncias do cotidiano medieval. O próprio país não passava de uma justaposição de feudos, células independentes que, por motivos circunstanciais formavam uma unidade maior.
A guerra também era uma atividade fragmentária, com a Cavalaria valorizando a unidade, a individualidade, um pensamento completamente contrário ao de Roma com suas Legiões, grandes exércitos atacando o inimigo em blocos maciços.
Entretanto, talvez seja no campo das artes que essa cultura do fragmento tenha sua expressão mais marcada. E encontraremos nos textos em prosa desta época, principalmente nas novelas de cavalaria, reflexos claríssimos desse embate entre culturas, uma vez que elementos essencialmente pagãos, provenientes das culturas celta e germânica, que foram passando de geração em geração; e de árabes e turcos, em virtude da invasão e permanência desses povos infiéis em território europeu durante várias décadas, aparecem nesses textos andando lado a lado com os sacramentos da Igreja Romana, com os santos do catolicismo, com a figura do próprio Cristo
Arthur e a Sociedade Celta
As civilizações tendem a escolher seus heróis. E o nome desses heróis, mesmo que ficcionais, fica de tal modo enraizado na história dessas civilizações ao ponto de, a partir de determinado momento, começarem a ser tratados como figuras históricas reais.

A Grécia tem seu inesquecível Odisseu, aquele que após a guerra de Tróia enfrentou a morte mil vezes para retornar ao seu lar; Roma tem Enéias, sobrevivente de Tróia que fundou, sob a proteção dos deuses aquele que viria a ser um dos maiores impérios do Ocidente. A Idade Média não é diferente.

Muitos foram os heróis nascidos sob o signo da civilização medieval e muitos os seus feitos grandiosos. Porém, a palavra grandiosidade não se aplica de maneira tão plena a nenhum deles como se aplica a Arthur e seus cavaleiros. Tem-se notícia de um Arthur histórico. Ele teria sido o líder de uma das inúmeras tribos celtas, que defenderam o território inglês contra as invasões dos saxões.

Entretanto foi o imaginário popular, por motivos não facilmente explicáveis e que não vêm ao caso agora, que o transformou em grande Rei da Inglaterra, aquele que teria unificado todas as tribos que compunham o mosaico inglês em um grande exército que marchou contra os invasores. E o folclore - derivado de folk, da palavra inglesa para povo - vai além, quando lhe atribui uma origem cercada por mistério e feitiçaria, uma espada dotada de poderes mágicos e até mesmo uma morte não definitiva.

Aos poucos, outros personagens que, originalmente não estavam ligados a Arthur e seus cavaleiros foram sendo incorporados à sua côrte, como Tristão de Lionês, Isolda da Irlanda e Marcus da Cornualha.

A lenda de Tristão é de origem celtica, mas sua gênese é incerta e nebulosa, como, aliás, a da maioria dos textos medievais. Entretanto, existem elementos que atestam a ligação entre o texto e os antigos cultos ao Sol daquelas tribos, bem como determinados traços filológicos relativos aos nomes das personagens e a fragmentos de manuscritos mais antigos. Dessa forma, mais por influências externas, uma vez que os escritores dessa época geralmente concebiam seus textos sob encomenda da nobreza, o destino de vários heróis independentes em suas raízes acabou sendo ligado ao de Arthur.

Mas o que realmente importa para o decorrer desta breve análise é a origem celta, e, portanto, pagã desses dois grupos de personagens. Uma vez concebidas por uma cultura completamente diferente da cristã, vigente na Europa durante o período em que foram prosificadas, é natural que essas narrativas apresentem traços bem marcados das crenças, costumes e ideais daquelas sociedades. E, no caso das tribos celtas, estes traços são mais acentuados pelo fato de se tratarem de sociedades matriarcais em que era adotada uma religião de cunho também matriarcal. Outro ponto importante a respeito dessa religião é o fato do sexo ser encarado pelos celtas como uma celebração à vida, uma forma de homenagem à Deusa, à Grande Mãe, ou seja, uma concepção completamente oposta à da Igreja Católica.

Assim, seria inevitável que estas histórias trouxessem consigo toda essa carga ideológica diametralmente opostas a qualquer dos preceitos cristãos. Criou-se então um problema crucial: o que fazer com esse paganismo? Deixá-lo livre, detentor da virtualidade da corrupção da alma do povo, uma vez que essas idéias pagãs eram muito mais atraentes do que o eterno mea culpa do cristianismo? Ou destruí-lo por completo, como seria feito com as chamadas heresias, talvez a maior e mais famosa, a Heresia Albigense?

Cú Chulainn

Na mitologia irlandesa Cú Chulainn (Cão de Culann em irlandês; também escrito Cúchulainn, Cú Chulaind, Cúchulain, ou Cuchullain; conhecido na infância como Sétanta ["chei-dan-ta"]) é uma lenda do folclore irlandês e o grande herói do Ulster no Ciclo do Ulster. Sua mãe foi Deichtine, irmã do rei Conchobar mac Nessa; seu pai foi ou o deus Lug ou o marido mortal de Deichtire, Sualtam, e seu padastro foi Fergus mac Róich. Seu cocheiro, Láeg, sempre está presente ao seu lado. Ele também aparece no Folclore escocês e no folclore da Ilha de Man.

A imagem de Cú Chulainn é invocada tanto por nacionalistas irlandeses quanto por unionistas do Ulster, em murais, poesia, literatura e outras formas de arte. Os nacionalistas irlandeses o vêem como o mais importante herói céltico irlandês e, por conseguinte, como o mais importante de toda a sua cultura. Uma escultura de Cú Chulainn agonizante feita por Oliver Sheppard foi colocada em frente ao General Post Office de Dublin em comemoração ao Levantamento da Páscoa de 1916. Por contraste, os unionistas o vêem como o homem do Ulster que defende a província de seus inimigos do sul; por exemplo, um mural na Estrada Newtownards em Belfast Leste, ironicamente baseada na escultura de Sheppard, descreve-o como o "defensor do Ulster contra os ataques irlandeses".

Na Associação Nacional dos Escoteiros da Irlanda, a mais alta condecoração é a Ordem de Cú Chulainn, que consiste numa fita comemorativa com um cão de caça pendente. O Serviço Naval Irlandês possuía um barco cujo nome fazia uma referência ao herói, o LÉ Setanta, que foi vendido em 1980.

A história de Cú Chulainn foi contada na tradução inglesa de Lady Gregory em seu livro de 1902 intitulado Cuchulain of Muirthemne. Foi também assunto em 1989 do romance de ficção histórica Red Branch, de Morgan Llywelyn e de uma série de adaptações de Randy Lee Eickhoff. O conto de Cú Chulainn consumido pela enfermidade fornece o título da canção do The Pogues, "The Sickbed of Cuchulainn", de seu álbum Rum, Sodomy, and the Lash, enquanto o tema de abertura de Jeff Danna para o filme Boondock Saints de 1999, é denominado "The Blood of Cuchulainn".

Tuatha Dé Danann

A lança mágica de Lug, um dos Tuatha Dé, em ação (Charles Squire, 1905).

Os Tuatha Dé Danann ("povos da deusa Danu") formam um grupo de personagens na mitologia irlandesa e escocesa. Foram o quinto grupo de habitantes da Irlanda, de acordo com a tradição do Lebor Gabála Érenn ("Livro das Invasões"). Imagina-se que representem as divindades dos goidélicos irlandeses; as interpretações dos tradutores cristãos geralmente reduziram sua estatura para reis e heróis históricos.

Um poema no Livro de Leinster lista muitos dos Tuatha Dé, mas conclui: "Embora [o autor] os enumere, ele não os venera". Goibniu, Creidhne e Luchtaine são citados como os Trí Dé Dána ("três deuses de habilidade"), e o nome Dagda é interpretado em textos medievais como "o deus bom". Mesmo depois de terem sido desalojados do posto de governantes da Irlanda, personagens tais como Lug, as Morrígan, Angus e Manannan aparecem em histórias passadas séculos depois, mostrando todos os sinais de sua imortalidade. Eles têm muitos paralelos através do mundo céltico. Nuada é aparentado ao deus britânico pré-histórico Nodens; Lug é um reflexo da divindade pan-céltica Lugus; Tuireann está relacionado ao gaulês Taranis; Ogma a Ogmios, e Badb a Catubodua.

Lendas

Os Tuatha Dé Danann descendem de Nemed, líder de uma comunidade de habitantes da Irlanda. Vieram de quatro cidades do norte, Falias, Gorias, Murias e Finias, onde adquiriam os seus atributos e capacidades ocultas. Chegaram à Irlanda por volta do 1º de Maio (a data do festival de Beltane) em nuvens negras, embora versões mais tardias racionalizassem este facto dizendo que queimaram os seus barcos para prevenir retiradas, sendo as nuvens o fumo produzido.

Conduzidos pelo seu rei, Nuada, travaram a Primeira Batalha de Magh Tuiredh (Moytura), na costa oeste, na qual derrotaram e dispersaram os desajeitado e mal armados Fir Bolg, que habitavam então na Irlanda. Nuada perdeu um braço na batalha. Como ele não era mais perfeito não podia continuar como rei, sendo substituído pelo meio-Fomorian Bres, que se revelou um tirano. O curandeiro Dian Cecht substituiu o braço de Nuada por um braço de prata, tornando-se Nuada de novo rei. Contudo, Nuada estava insatisfeito com a substituição, recorrendo ao filho de Dian Cecht, Miach, que lhe fez uma mão nova de carne e osso. Invejando o seu filho, Dian Cecht expulsou-o.

Com a restauração de Nuada como rei, o meio-Fomarian Bres queixou-se à sua família.

Os Tuatha Dé Dannan travaram assim a Segunda Batalha de Magh Tuiredh contra os Fomorians. Nuada foi morto pelo olho venenoso do rei Fomorian, Balor, mas Balor foi morto por Lug, que se tornou rei.

Uma terceira batalha foi travada contra uma vaga de invasores, os Milesianos, vindos do noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), descendentes dos Míle Espáine (que se julga representar os Celtas Goidélicos). Os Milesianos encontraram três deusas dos Tuatha Dé Dannan: Èriu, Banba e Fodla, que lhes pediram para nomearem a ilha; Èriu é a origem do nome moderno Èire, e Banba e Fodla ainda são por vezes usados como nomes poéticos para a Irlanda.

Os seus três maridos, Mac Cuill, Mac Cecht e Mac Gréine, que eram os reis dos Tuatha Dé Danann, pediram uma trégua de três dias, durante a qual os Milesianos ficariam ancorados a nove ondas de distância do porto. Os Milesianos aceitaram, mas os Tuatha De Danann criaram uma tempestade mágica, numa tentativa de os afastar. O poeta Milesiano Amergin acalmou o mar com os seus versos, antes de o seu povo atracar e derrotar os Tuatha Dé Danann em Tailtiu. Quando Amergin foi chamado para dividir a terra entre os Tuatha Dé Danann e o seu povo, inteligentemente distribuiu a porção acima do chão para os Milesianos, e a porção debaixo de terra para os Tuatha Dé Danann. Estes foram levados para debaixo de terra para os montes do Sidhe por O Dagda.

Os Tuatha Dé Danann lutaram contra a bruxa Carman e os seus três filhos. A introdução de carroças e do druidismo na Irlanda é-lhes atribuída.

Árvore genealógica dos Tuatha Dé Danann

O quadro seguinte foi baseado nas genealogias fornecidas por Seathrún Céitinn no Lebor Gabála Érenn, e referências no Cath Maige Tuireadh. Não fica claro se os vários Elathas e Delbáeths são personagens diferentes com o mesmo nome ou diferentes tradições que se referem a genealogia de uma mesma personagem. É também notável que Fomorianos tais como Elatha e Balor estejam relacionados de muito perto aos Tuatha Dé.

Nemed
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Iarbonel Faidh
|
Beothach
|
Iobáth
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Enna
|
Tabarn
|
Tat
____________________________________|__________________________________
| |
Allai Indai
| __________________________|__________________________
| | |
Orda Nét Elatha
| ____________________|______________________________________________ |
| | | | |
Etarlám Esar Brec Delbáeth Dot Bres
| | | |
| | | |
Eochaid Dian Cecht Elatha Balor
| | | |
| ___________|___________ _________________|______________________ |
Nuada | | | | | | | | | | |
(Elcmar) Cu Cethen Cian Miach Airmed Dagda Fiacha Delbáeth Ogma Allód Ethniu
(Nechtan) | | | | | (Lir)
_____|____ | | _____________|____________ | | |
| | | | | | | | | | | |
Etarlám Nemain Bec-Felmas Lug Cermait Angus Bodb Midir Brigid Boann Delbáeth Manannan
| | | (Tuireann)
| | _________|_________ ______________________|__________________________________
| | | | | | | | | | | | | |
Ernmas Abean MacCuill MacCecht MacGréine Fiacha Brian Iuchar Iucharba Danand Goibniu Credne Luchtaine Ollam
|__________________ |
| | | |
Ériu = Badb | Aoi
Banba = Macha |
Fódla = Mórrígan = Anu

Leis da tradição Celta.

Neste texto, está contida a tradução do Livro da Sabedoria da Tradição Céltica Wiccana, uma tradição que foi formada em áreas onde a Inquisição ainda tinha funcionamento.

É importante deixar claro que ele não deriva do povo celta, e foi criado por uma das tradições da wicca. A wicca é uma religião contemporânea, tem apenas 60 anos, o povo celta, por sua vez, viveu nas antiguidades e tinha como religião, o Druidismo. Dentro da wicca contemporânea se encontram facções, grupos ou tradições, que seguem a religião com seus próprios conceitos e idéias.

Uma dessas tradições é a Tradição Céltica.

Portanto, neste texto, está traduzido o Livro das Sombras que contém as verdades e idéias difundidas pela Tradição Céltica. É uma tradução do livro original desta Tradição, em Galês (de Gales próximo à Grã-bretanha).

Não deve ser confundido com O Livro das Sombras que se diz existir desde a Antigüidade, no qual estariam escritas as grandes verdades da Arte e teria sido escrito por Druidas. Este livro, na realidade, não existe, uma vez que os druidas não escreviam seus ensinamentos e leis, que eram passados oralmente a pessoas.

É importante não confundi-lo também com o Livro das Sombras pessoal, que cada bruxo possui para fazer anotações e registrar feitiços. O texto traduzido aqui se intitula, também, O Livro das Sombras, mas só possui leis aceitas e difundidas pela Tradição Céltica. Não existe, neste texto, nenhum feitiço ou rito correspondente a esta Tradição, ou, qualquer de seus membros. Aqui estão traduzidas, unicamente, as leis difundidas por ela.
Atualmente as Leis aqui colocadas têm sido adaptadas, por cada um dos segmentos da Wicca. Alguns a seguem a risca outros não.


O Livro da Sabedoria.


I - Esta é a Lei, antiga e aceita, tal como se prescreveu.

II - Ela foi feita para os adeptos, por guia, ajuda e conselho em todas as suas aflições.

III - Cumpre aos adeptos reverenciar os Deuses e Deusas, obedecendo-lhes a tudo que for dito, na conformidade de seus mandamentos; eis que foram propostos para esses mesmos adeptos, e isto se fez por seu bem; assim como a reverência aos Deuses e Deusas bem é de sua conveniência. Na verdade, os Deuses, assim como as Densas, amam os que se confraternizam e chamam-se irmãos, nos círculos dos iniciados.

IV - Tal como um homem ama a sua mulher, não devem os adeptos ocupar o domínio dos Deuses e Deusas, mas sim promovam amá-los através de atos e manifestações deste sentimento.

V - É necessário que o círculo dos adeptos, o qual templo é dos Deuses e das Densas, seja levantado e purificado, pois assim lugar merecido será, onde estarão Deuses e Deusas em presença.

VI - E os adeptos se prepararão, e estarão purificados, a fim de que possam ir à presença dos Deuses e diante das Densas.

VII - E os adeptos elevarão forças com poder, desde seus corpos, para que, repletos, tornem o poder aos Deuses e Densas, tanto com amor quanto reverência no íntimo de seus corações.

VIII - Tal como doutrina foi estabelecida, do passado; pois tão-somente assim é possível haver comunhão entre homens e Deuses; e entre Deusas e homens; visto que nem podem os Deuses, assim como as próprias Densas, estender seu auxílio aos homens, sem a mesma ajuda destes.

IX - E uma haverá a Suma Sacerdotisa, a qual regerá o círculo dos adeptos, como elo de ligação dos Deuses, assim como das Deusas.

X - E haverá um Sumo Sacerdote que a sustentará nos seus feitos, como representante dos Deuses, assim como das Deusas.

XI - E a Suma Sacerdotisa escolherá a quem bem queira desde que baste em hierarquia, para que lhe dê assistência, na condição de Sumo Sacerdote.

XII - Atentando-se a que, tal como os próprios Deuses lhe beijaram os pés, a Arádia (deusa suprema), e por cinco vezes a saudaram, depondo seus poderes aos pés das densas, em submissão - pois que eram elas juvenis e dotadas de toda beleza, e em si havia gentilezas como havia doçuras; sabedoria como justiça; humildade e generosidade.

XIII - Assim mesmo a ela confiaram todos os poderes divinos que eram de sua própria característica.

XIV - Eis que, porém, a Suma Sacerdotisa deve ter em espírito que todos os seus poderes emanam dos Deuses, e das Densas também.

XV - E os poderes lhe são cedidos tão-somente por uns tempos, para que deles usem; com sabedoria e bom-senso que assim os usem.

XVI - E, portanto, sempre que esta Sacerdotisa vier a ser julgada pelo Conselho dos que são adeptos, a ela caberá aceitar a renunciar o poder de boa vontade - em favor de uma mulher que seja mais jovem.

XVII - Porque a Suma Sacerdotisa, quando legítima, há de reconhecer que uma de suas virtudes mais sublimes é ceder a honra de sua posição, em gesto de boa vontade, para aquela outra mulher que deve sucedê-la.

XVIII - E por compensação de seu ato, ela voltará a esta posição de Suma Sacerdotisa numa vida futura, com poder e suprema beleza, sempre aumentados, pois assim é a prescrição da Lei.

XIX - Ora, nos tempos antigos, quando a Lei entre os adeptos se estendia aos longes, vivíamos em gozo de liberdade; e nossos cultos e ritos tinham por local os mais nobres dos tempos.

XX - Mas correm agora dias infelizes, em que precisamos celebrar em secreto os nossos sagrados e santos mistérios.

XXI - E hoje que esta seja a Lei: que ninguém que não seja adepto possa estar presente a estes nossos mistérios; porque muitos são aqueles que não nos tem afeto; e a língua do homem na tortura se desata.

XXII - E hoje que esta seja a Lei: que nenhuns dos locais de nossos círculos de adeptos sejam conhecidos por aqueles que não possuem contato conosco ou que por ali estejam.

XXIII - E nem saibam quem são nossos membros, com exceção apenas do Sumo Sacerdote e da Suma Sacerdotisa, bem como aquele que conduza as mensagens nas anunciações.

XXIV - E não se estabelecerá relação entre um e outro círculo de adeptos; salvo por mediação daquele que faz a anunciação dos Deuses, ou leva a palavra das convocações dos círculos.

XXV - E quando tudo esteja muito a salvo, é dito aos círculos dos adeptos que se encontrem em lugar determinado, em segurança, para celebração das grandes festas.

XXVI - E enquanto ali se acharem, nenhum dos presentes dirá de onde veio, nem seus nomes reais se farão conhecidos.

XXVII - E isto é para que, se algum deles for torturado ou interrogado, não possa, em sua agonia, dizer o que lhe mandam, pois não o sabe.

XXVIII - E fique este mandamento: que nenhum irmão ou irmã diga a um estranho à Lei, quem são os adeptos; que não declare nomes; nem contará onde se reúnem; nem por qualquer forma ou maneira, trairá algum de nós aos que nos perseguem para a morte.

XXIX - Nem se dirá onde fica o lugar do Grande Conselho dos Adeptos.

XXX - Nem tampouco, a Sua Própria Sede, onde se encontram os seus companheiros Circulo, em particular.

XXXI - Nem onde serão os encontros do Círculo que fazes parte.

XXXII - E se alguém infringir as Leis, ainda que na sua agonia dos suplícios, sobre sua cabeça desabará a maldição da Grande Deusa, de tal modo que nem venha a renascer nestes elementos conhecidos por nós, e que sua permanência eterna seja no inferno dos que se dizem cristãos.

XXXIII - E que, cada uma dentre as Sumas Sacerdotisas presida sobre seu próprio Círculo, distribuindo amor e justiça, com ajuda e conselho do Sumo Sacerdote, e dos mais antigos, dando ouvido em constantes ocasiões, ao que traz a mensagem dos Deuses, nas anunciações que ocorrerem.

XXXIV - E ela dará ainda mais ouvido às observações dos que se dizem irmãos; e todas as disputas e diferenças que haja entre eles sejam de sua responsabilidade.

XXXV - Entretanto, força é reconhecer que haverá em todos os tempos, adeptos discutindo com rivalidade para forçar suas decisões e vontade a outros.

XXXVI - Não que isso em si seja mau.

XXXVII - Porque muitas vezes, se expressam boas idéias; e as que sejam boas devem ser discutidas em Conselho.

XXXVIII - Mas havendo divergência ou incoerência quanto às idéias, no confronto dos irmãos e irmãs, ou se for dito:

XXXIX - “Não aceitarei as ordens da Suma Sacerdotisa”,

XL - É bom que se saiba: a Lei antiga sempre foi da conveniência dos adeptos unidos, e assim se evitarão disputas.

XLI - E quem discordar terá o direito de estabelecer um novo círculo de adeptos; e isso também é necessário quando um de seus membros precisar afastar-se, indo morar em local distante das Sedes, ou quando as vinculações ficarem perdidas entre o Círculo e esse adepto em particular.

XLII - E qualquer um que tenha sua moradia perto das Sedes dos Círculos dos adeptos, mas se mostre desejoso de estabelecer novo Círculo, assim o dirá aos mais antigos, declarando-lhes sua intenção. E dito isto, poderá afastar-se na mesma hora, e buscar outro lugar distante.

XLIII - Ainda assim, os que sejam membros de um Círculo antigo poderão mudar-se para o novo. Mas se o fizerem, e necessário removerem-se para sempre, do local do Círculo antigo, do qual faziam parte.

XLIV - Os mais antigos, do novo e do velho Círculo, porém, decidirão em entendimento mútuo, e com amor fraterno, sobre os novos rumos em que devem se firmar na separação dos dois Círculos de adeptos da Lei.

XLV - E os praticantes da Arte que tenham suas moradias em local distante dessas ambas as Sedes, fora de seus limites, poderão pertencer a um ou outro destes, e não aos dois no mesmo tempo.

XLVI - Entretanto todos poderão sob permissão dos mais antigos, comparecer aos festivais solenes, desde que haja paz e fraternal afeto entre os presentes.

XLVII - Mas quem leva a desavença ao seio dos Círculos dos adeptos é réu de punição severa, e para tanto se fizeram às velhas leis: assim, que a maldição da Suprema Deusa lhe desabe sobre a cabeça, a toda Lei que desconsiderar. E tal é o mandamento.

XLVIII - E se tu tiveres contigo um Livro das Sombras, que este seja escrito por tua letra e de teu punho. Mas se qualquer dos irmãos ou das irmãs, for desejoso de ter uma cópia, assim será por certo; mas não deixes nunca que tal livro te saia das mãos; e nem tragas contigo, nem tenhas sob tua guarda aquilo que outra pessoa escreveu e que o seja de letra e punho deste.

XLIX - Eis que se tal livro for encontrado com outra pessoa, e seja de tua letra, esta pessoa poderá ser levada a julgamento.

L - E que cada um tenha consigo o que seja de sua mesma escrita e próprio punho, destruindo o que deva ser destruído, toda vez que estiver sob ameaça e risco maior.

LI - E que o que aprenderes seja perfeitamente sabido; mas, passado o perigo e afastados os riscos, escreverás em teu Livro, quando houver segurança; e o que antes tiveres escrito e destruído, nessas ocasiões o reescreverás.

LII - E se for sabido que algum dos adeptos morreu, será dever a destruição deste seu Livro das Sombras, e de semelhantes, para que não caia em mãos erradas, entre profanos.

LIII - Prova constituirá, certamente, contra aquele profano que tiver o Livro de um dos irmãos da Arte, pois não é filho da Lei.

LIV - E contra também aos profanos que nos oprimem e dizem: “Ninguém é bruxo e está sozinho”.

LV - Portanto todos os teus parentes e amigos podem se encontrar sob risco de torturas e investigações,

LVI - E isto é a razão porque tudo o que se escreveu deve ser destruído.

LVII - Mas se teu Livro das Sombras for achado contigo, isto se demonstrará contra ti e somente tu serás citado às cortes profanas.

LVIII - Guarda em teu coração aquilo que se sabe da Arte.

LIX - E se o suplício for tamanho que não possas suportar, então dirás:
“Confessarei porque não sou capaz de resistir a estes tratos”.

LX - Mas que pretendes dizer?

LXI - E se tentarem fazer com que fales sobre teus companheiros, não o faças.

LXII - Mas se tentarem fazer com que fales de coisas impossíveis, das que não são usuais entre bruxos, tal como voar com cabos de vassouras; ter pactos com demônios, desses em que crêem os cristãos; sacrifícios de crianças,

LXIII - Sacrifício de Virgens e inocentes; ou insinuações de canibalismo; poluição e profanação de hóstias; missas negras que se rezam nos ventres das mulheres devassas; poços de urina onde se profanam as coisas santas; ungüentos de invisibilidade; secar os leites das vacas; fazer cair granizo; moverem-se objetos pesados; danças em sabaths presididas por Satanás, que recebe no ânus o beijo dito infame; se por fim, indagarem destas coisas,

LXIV - Dirás para que tenhas alívio dos padecimentos que te inflijam: “Sim”! Acho que tive pesadelos; ou meu espírito foi arrancado; ou me parece que tive um momento de insanidade e loucura.

LXV - Na verdade algumas autoridades têm compaixão; e se houver pretexto, poderão até agir com misericórdia. Cautela com frades e fanáticos.

LXVI - Se disseres algo, porém, que te comprometa, ou a outros companheiros, não te esqueças de negá-lo depois, desmentindo tudo, para afirmar - durante os maus-tratos - que nem saibas do que falavas.

LXVII - E se te condenarem, não tenhas cuidado.

LXVIII - É que teus irmãos, dos Círculos dos adeptos, são gente de poder e te ajudarão a fugir, desde que não percas a firmeza nem desates a língua. Se, contudo, te traíres, ou aos demais, já não te restará esperança de salvação, nem nesta vida nem na futura.

LXIX - Não te inquietes: se em tua firmeza te conduzirem à fogueira do suplício - para o desfrute dos cristãos e de seus demônios -, teus irmãos te ministrarão drogas suavizantes, e te haverá conforto, e nem sofrerás dores. Para a morte partirás tranqüilo, e para o consolo do além, que é o êxtase nos braços da Deusa Suprema.

LXX - E teu gozo não será o da CARNE, mas sim do ESPIRITO, que é na sua purificação, e elevação, que os adeptos se dedicam as suas obras.

LXXI - Mas para evitar que sejas descoberto, teus instrumentos de Arte serão bem simples, como os que são encontrados nas casas comuns dos profanos; e entre eles não se dirá nada.

LXXII - É bom que os pentáculos sejam feitos de cera, de modo que logo se rompam, e mais rápido sejam derretidos, como qualquer obra artesanal.

LXXIII - Em tua casa não terás armas, nem espada, a menos que as permita tua hierarquia no Círculo.

LXXIV - Em tua casa não gravarás símbolos, nem sinais, nem nomes que soem estranhamente. Nem em nada os escreverás.

LXXV - Quando for necessário seu uso, então escreverás com tinta, o que tiveres de traças e escrever, no momento das consagrações; e passadas estas, com a obra terminada, tu apagarás tudo tão logo não seja necessário continuar escrito.

LXXVI - Nos punhos das armas quando te forem permitidas, mostrarás quem és entre os adeptos, mas não o saberão os PROFANOS, nem os que te perseguem.

LXXVII - Nelas não farás gravuras, nem inscrições, para que pelos símbolos não conheçam tua condição, que assim serias traído.

LXXVIII - Não te esqueças nunca que és um dos filhos secretos da Deusa Suprema; assim não desgraçarás a ti, nem a teus irmãos, nem a entidade divina.

LXXIX - Seja modesto; Não uses de AMEAÇAS; não digas jamais que desejarias a PERDA ALHEIA, ou que te seria possível CAUSAR DANO a alguém.

LXXX - E se por acaso alguém que não seja do Círculo dos adeptos, se referir à Arte, lhe dirás: “Não me fales dessas coisas, que elas me apavoram”.

LXXXI - E o motivo para que assim procedas é que os que se declaram cristãos costumam por espiões por toda parte. Eles se gostam da perda e danos alheios, e pretextam e protestam afeto. E muitos são fingidos por sentir afinidade com a Arte e desejar reverenciar os deuses antigos.

LXXXII - Muitas vezes os propósitos cristãos são maus. Aos tais se negue sempre o conhecimento das verdades ocultas.

LXXXIII - A outros interessados na Arte, porém se dirá: “Falem aos homens que feiticeiras e bruxos que voam pelos ares cavalgando vassouras é pura estupidez. E para que isto fosse possível, haveriam de ter pelo menos a leveza dos flocos que a brisa sobre das árvores. E se diz que bruxas e bruxos são feios e vesgos; sempre velhos e feios. Que prazer terá alguém em estar nas suas assembléias ou sabaths, segundo o personagem criado que estes profanos dizem existir?”

LXXXIV - E acrescente: “Os homens de bom senso sabem que tais criaturas não existem de verdade”.

LXXXV - Procura sempre ter como passageiras estas tais coisas; que algum dia hão de acabar as perseguições e a intolerância, quando voltaremos em segurança, a reverenciar os Deuses do passado.

LXXXVI - Oremos para que venham dias mais felizes.

LXXXVII - Que as bênçãos da Suprema Deusa e dos Deuses sejam com todos aqueles que respeitam estas Leis e obedecem aos mandamentos.

LXXXVIII - E se por acaso há alguma propriedade característica da Arte, seja ela mantida, cooperando todos a preservá-la em sua simplicidade e pureza, para bem de cada um dos adeptos.

LXXXIX - E se algum dinheiro ou valor do bem comum for confiado a qualquer um dos adeptos, que ele cuide de agir honestamente.

XC - E se algum dos irmãos do Círculo realizar de fato alguma tarefa é justo que lhe dêem uma recompensa; porque não se trata aqui de receber pagamentos por obra da Arte, mas sim por recompensa de trabalho honrado.

XCI - Isto o permite a Lei, com boa-fé. E mesmo os que se dizem cristãos falam assim: “O jornaleiro é digno de seu salário”, e tais palavras estão em suas Escrituras. Entretanto, se algum dos irmãos quiser trabalhar, em algum serviço para o bem da Arte, e por amor que lhe tem, sem receber qualquer recompensa, a ele e a todos do Círculo lhes recaíram grande Honra. A Lei o permite, e o mais que se ordenou.

XCII - E havendo alguma disputa ou discussão entre os adeptos, rapidamente a Suma Sacerdotisa reunirá os mais antigos, ouvindo-se todos os fatos e partes, cada um por sua vez e ao final em conjunto.

XCIII - A seu tempo se decidirá com justiça, sem que o sem razão seja favorecido.

XCIV - Sempre se reconheceu existirem aqueles que não concordam em trabalhar sob ordens dos outros.

XCV - Mas ao mesmo tempo foi reconhecido que existem os que são incapazes de julgar com justiça, ou dirigir com boa-fé.

XCVI - E quanto aos que são incapazes de obedecer, mas só cismam de mandar e dirigir, eis o que se lhes dirá:

XCVII - “Não fiquem neste Círculo, ou estejam em outro, ou ainda saiam a organizar seu próprio Círculo, ou nele mandem, levando consigo os que os acompanhem”.

XCVIII - E os que forem inconciliáveis, estes se retirem.

XCIX - Eis que ninguém pode estar num mesmo círculo em que se apresentem aqueles com os quais não estejam em harmonia.

C - Os que discordem de seus irmãos não podem conviver com eles na prática da Arte, mas esta há de permanecer com a ausência dos mesmos, que tal é o nosso mandamento.

CI - Nos tempos antigos, quando éramos poderosos, nada impedia que usássemos da Arte contra todo que atentasse contra nossos irmãos e irmãs. Nestes dias, porém, quando impera o mal, não devemos agir desta sorte. Eis que nossos desafetos inventaram um abismo onde arde o foto eterno, no qual, a seu dizer, seu próprio deus lança todos aqueles que o adoram, salvo uns muitos poucos eleitos, que são salvos por mediação de sacerdotes, por meio de práticas, ritos, missas e sacramentos. E nisto tem muito peso o dinheiro, quando dado em abundância; e os favores dessa lei se pagam alto e caro, em ricas doações, porque a sua igreja é sempre sedenta e faminta de bens palpáveis.

CII - Nossos Deuses, porém, nada exigem, nada pedem, requerendo, ao invés, nosso auxílio, para que sejam abundantes as colheitas, e entre os homens e as mulheres haja fertilidade, e nada lhes falte; visto que manipulam o poder que levantamos na grande obra dos Círculos dos adeptos; e como os ajudamos, na mesma medida somos ajudados.

CIII - A igreja, contudo, dos que se dizem cristãos, carece da ajuda dos seus; para que a utilize, não para algum bem, mas para nosso mal; para descobrir-nos, perseguir-nos, destruir-nos; E suas ação não tem fim. E seus sacerdotes ousam afirmar-lhes que os que buscam nosso auxilio serão prejudicados eternamente no fogo do inferno. E isto de causar temor é que induz à loucura.

CIV - Tais sacerdotes acenam-lhes com uma oportunidade de salvação, fazendo-os crer que, alimentando-nos, escaparão eles a seu próprio inferno, como o chamam. Eis porque vivem todos os que se dizem dessa lei a espionar-nos, pensando em seu coração: “Basta-me apanhar um só desses bruxos, ou uma só dessas feiticeiras, para que me furte ao abismo do fogo eterno”.

CV - Assim, pois temos de nos refugiar em abrigo ocultas; e os que nos buscam, e não nos acham, usam dizer: “Já não os há; ou se algum existe, seu lugar não é aqui, ou bem remoto”.

CVI - Porém, quando vem a perecer algum dos que nos oprimem, seja por qualquer meio de morte ou até doenças; ou mesmo adoece, logo dizem: “Ora, trata-se de malícia dos tais bruxos”. Com isto tornam à caçada. E ainda quando matem dez ou mais dos legítimos por um só verdadeiro dos nossos, isto não nos preocupa. É que seu número se conta em muitos milhares.

CVII - Mas nós sabemos o quão poucos somos, e nossa Lei é nos rege.

CVIII - Por isto mesmo nenhum dos nossos recorrerá à Arte por VINGANÇA, nem para CAUSAR DANO a ninguém.

CIX - E por mais que nos maltratem, injuriem e ameacem, a nenhum se causará MAL. E nos dias que correm inúmeros são os que descrêem em nossa existência. E isto é bom.

CX - Assim, portanto, estaremos sempre ajudados desta Lei, em nossas dificuldades; mas ninguém dos nossos - por maiores injustiças que possa vir a receber, usará os poderes em punição dos culpados, nem causará qualquer dano. Os adeptos poderão após consulta entre seus irmãos da Arte, recorrer a esta, conforme for determinado, para resguardo contra perseguições movidas pela igreja que nos injuria, não, porém, para levar castigo aos dessa que o mereçam.

CXI - Em tal fito, o injuriado assim dirá: “Eis que surge um perseguidor combatente, e investiga nossas ações, indo em perseguição de pobres anciãs, das que estão à vontade na Arte, ou disto suspeita; ninguém entretanto lhe fez mal por esta causa, e isto mostra realmente que elas não poderiam em nada ser feiticeiras, por não praticarem malícias; ou então, na verdade não existem, ou já não existem bruxos ou bruxas.

CXII - É fato notório que muitos têm sido mortos, porque alguém lhes tinha algum ressentimento; ou então foram perseguidos por se saber que possuíam dinheiro, ou outra forma de bens passíveis de seqüestro, e nem se contavam entre os adeptos; ou ainda, não dispunham de meios para subornar os agentes da perseguição. E muitas, ainda foram mortas por serem velhas rabugentas ou resmungonas. Na verdade se diz entre os que nos perseguem que somente as velhas costumam ser bruxas.

CXIII - E isto coopera para nossa vantagem e proveito, desviando-se de nós a suspeita do que somos.

CXIV - Graças ao sigilo, muito tempo é passado, na Escócia, como em Gales e na Inglaterra, sem que se tenha punido de morte algum adepto. Entretanto, qualquer abuso de nossos poderes tornaria a causar as perseguições obsessivas.

CXV - Dizemos aos nossos irmãos que não infrinjam a Lei, por maior que lhes seja a tentação de fazê-lo; e jamais permitam que haja infrações destas, a mínima que seja.

CXVI - E se alguns dos nossos vier, a saber, que se infringiu a Lei, breve será a sua reação contra esse risco.

CXVII - E qualquer Suma Sacerdotisa ou Sumo Sacerdote que possa concordar com essas infrações, é réu de culpa, e a retirada de seu posto será seu castigo; visto que seu consentimento implica risco de que o sangue de nossos irmãos seja derramado, e algum deles seja levado à morte pelos eclesiásticos da igreja que nos persegue.

CXVIII - Mas que se faça o bem, e com determinação e em segurança.

CIX - Todos os membros dos nossos Círculos se mantenham no respeito da Lei, venerável e antiga.

CXX - E que nenhum dos nossos aceite, NUNCA, algum pagamento por serviços da Arte, pois o dinheiro é como mancha que marca aquele que o recebe. Na verdade é coisa muito sabida que somente os MALÉFICOS - que praticam a Arte Negra, e conjuram os mortos - e os sacerdotes da igreja aceitem dinheiro pelo que fazem; e nada fazem sem que lhes haja bom pagamento. E vendem, ainda mesmo, o perdão das almas, para que os maus se furtem à punição dos pecados.

CXXI - Que nossos irmãos não sejam destes ou como eles. Se um dos adeptos aceitar dinheiro, ficará exposto às conseqüências por usar a Arte para a causa do mal. Mas se não o fizer, assim não será, certamente.

CXXII - Todos, contudo podem utilizar a Arte em seu proveito e bem próprio, ou para a glória e bem da Arte, desde que haja certeza de que NÃO CAUSAR MAL A NINGUÉM.

CXXIII - Que todas estas coisas antes, entretanto, sejam conselho entre os adeptos, em seu próprio Círculo. E as resoluções serão prudentes e meditadas. Somente se usará a força da Arte havendo o acordo mútuo de opiniões de que ninguém sofrerá, ou de que não sobrevirá o mal.

CXXIV - Mas quando não houver maneira possível de se conseguir o pretendido segundo se determinou, será talvez possível que os mesmos fins sejam alcançados de outros modos, sem que haja dano, nem aos nossos, nem aos profanos. E que a maldição da Deusa Suprema seja sobre a cabeça de todo aquele que infringir esta nossa Lei. Este é o mandamento.

CXXV - E entre nos se considera justo e legal que, caso um dos adeptos possa estar precisando de casa ou moradia, ou terras, e ninguém queira vender-lhe, podem os adeptos usar a Arte para inclinar os corações e disposição de quem as possua desde que não haja prejuízo sob qualquer forma, pagando-se sem maiores discussões o preço justo que for exigido.

CXXVI - Que nenhum dos nossos menospreze os valores que pretenda adquirir, nem venha a discutir, se comprando algo por persuasão da Arte. Este é o mandamento.

CXXVII - É velha lei, e a mais importante das nossas, que ninguém dentre os adeptos da Wicca venha a fazer coisa alguma a qual possa implicar PERIGO a seus irmãos na Arte; ou outro ato que os coloque ao alcance da lei comum da terra, ou à mercê de quaisquer perseguidores, civis ou eclesiásticos.

CXXVIII - E passada a rivalidade, o que é lamentável, entre os irmãos, nenhum deles pode invocar alguma lei senão aquelas da Arte.

CXXIX - Ou nenhuma jurisdição ou tribunal, salvo o da Sacerdotisa ou do Sacerdote, de seu Círculo, e também dos mais antigos entre os adeptos.

CXXX - E não se proíbe aos adeptos dizerem, como o fazem os da igreja: “Há feitiços nesta terra”, visto que os nossos opressores de longe e há muito tempo, nos vêem como heréticos, por mostrar-nos descrentes às suas doutrinas.

CXXXI - Mas seja o vosso falar: “Ignoro que haja aqui algum bruxo; mas é fato que talvez isto seja verdade em lugares mais distantes; mas onde, não sei”.

CXXXII - Mas se deve falar deles, os bruxos e feiticeiras, como sendo uns velhos rabugentos, que têm pactos com os demônios dos cristãos, e se movem pelo ar em vassouras.

CXXXIII - E que se acrescente em todas essas ocasiões: “Entretanto, como lhes será possível moverem-se pelo ar, quando não se dão conta da leveza das penugens das plantas?”.

CXXXIV - Mas que a maldição da Suprema Deusa caia sobre todo o que lançar suspeitas sobre qualquer um de nossos irmãos.

CXXXV - E que assim seja, igualmente, com os que se referirem a um dos locais do encontro, e seja isto verdadeiro; ou onde morem os adeptos, e seja isto verdadeiro.

CXXXVI - E devem os Círculos da Arte manter livros com registro das plantas benéficas e todos os meios de cura, de forma que os adeptos possam aprendê-los.

CXXXVII - E que haja outro livro, para informações, inclusive dos auges astrais; e que somente os mais antigos e outras pessoas dignas de muita fé tenham conhecimento destas informações. Este é o mandamento.

CXXXVIII - E que as bênçãos dos Deuses e Deusas se cumulem sobre todos quantos guardarem ditas leis; e que a maldição dos Deuses e Deusas seja sobre a cabeça dos que porventura as venham a infringir.

CXXXIX - E seja lembrado ser a Arte sigilo dos Deuses e Deusas; sendo, pois, usada em ocasiões graves; nunca por mera mostra de poder e de forma imprudente.

CXL - Os adeptos da magia negra e os que seguem os dizeres da igreja poderão importunar-vos, dizendo “Eis que não tens poder nenhum; mostra-nos se és capaz de algo. Faça uma magia diante de nós, que acreditaremos.”; mas, porém, pretendem que um dos nossos venha a trair a Arte perante seus olhos.

CXLI - Não daremos ouvidos a estes, pois a arte é sagrada, e aplica-se somente quando necessário. Sobre os infratores desta Lei, recairão as maldições da Suprema Deusa.

CXLII - Sempre foi de costume dos homens assim com das mulheres que buscassem novos amores; e isto não é causa de que sejam reprovados, assim como não é de louvação.

CXLIII - Mas esta prática pode constituir prejuízo à Arte.

CXLIV - E assim, pode ser que a Suma Sacerdotisa ou o Sumo Sacerdote, por motivo de amor, siga os passos de quem lhe interessar. Com isto ele ou ela deixará o Círculo que é de sua responsabilidade.

CXLV - E se alguma das Sumas Sacerdotisas desejar seu posto e estado por este amor, que o faça anunciando-o perante o Conselho.

CXLVI - Com tal renúncia, sua desistência tem valor entre todos os adeptos.

CXLVII - E se alguém de posição sacerdotal parte sem dizer de suas intenções, e sem renunciar, como se saberá passado algum tempo se retornará ao Círculo?

CXLVIII - Por estas causas se estabeleceu Lei, pela qual, se a Suma Sacerdotisa deixa o círculo de seus adeptos, sem renúncia, lhe é opcional o retorno, e tudo estará como era antes.

CXLIX - E enquanto estiver ausente, se há alguém que lhe preencha as funções, esta outra assim procederá, até que a Sacerdotisa regresse, ou enquanto esteja ausente.

CL - Mas se ela não voltar no tempo de um ano e mais um dia, ilegítimo ao Círculo dos adeptos, compactuados entre si, escolher por eleição uma nova Sacerdotisa.

CLI - Isto não se passa quando há justo e bom motivo para tanto.

CLII - Aquela que lhe fez o oficio colherá benefícios e será recompensada pelo seu trabalho, como assistente e substituta da Suma Sacerdotisa.

CLIII - Tem sido verificado que a prática da Arte estabelece vínculos de afeto entre os aspirantes e mestres; e quanto maior o afeto, tanto melhor será.

CLIV - Se, entretanto por alguma causa isto for inconveniente, ou indesejável, isto se evitará facilmente, decidindo quem aprende e quem ensina, desde o princípio, mantendo-se nas relações que vinculam irmãos e irmãs, ou pais e filhos, sem qualquer relação carnal.

CLV - O aspirante a adepto do Círculo da arte só pode ser instruído por mulher; e a postulante somente por homem; e eis que duas mulheres, ou mais, não devem praticar entre si, visto que a força vem de um sexo para outro; e igualmente dois homens ou mais não devem praticar a arte entre si - o que se opõe à Lei - e nisto vai abominação; e já dissemos a causa.

CLVI - É necessário que haja ordem e que a disciplina seja constante.

CLVII - À Suma Sacerdotisa ou ao Sumo Sacerdote é que cabe dar castigo aos que caem em falta e isto é seu direito.

CLVIII - Portanto, todos os do Círculo dos adeptos devem receber de boa-fé o castigo que mereçam; quando o mereçam.

CLIX - E assim, tomadas todas as providências cabíveis, deve o culpado postar-se de joelhos confessando falta para ouvir a sentença.

CLX - Mas ao amargo deve suceder o doce; e ao desagradável o ameno; após o castigo convém que haja alegria.

CLXI - O réu confesso reconhecerá que se fez justiça, como convinha, aceitando o castigo, e beijará a mão da Suma Sacerdotisa ao passar-lhe a sentença condenatória. E, além de tanto, agradecerá ainda que tenha sido castigado, pois isto sucede por seu bem e edificação. Esta é a Lei e seu mandamento.

CLXII - Por nossa prescrição final: que todos os adeptos guardem a Lei, segundo aqui foi escrita, e os mandamentos e ordenações da Arte essencial, venerável e antiga. Em suas mentes e corações guardem a Lei. Mas, em risco de morte, seu livro deve ser destruído, para que nada se prove, e nem haja risco maior a seus irmãos; nem venha ninguém a condenar-se por seu compromisso. Com isto se preservará em todas as condições e sob quaisquer circunstâncias, a tradição e o ensinamento da Deusa Suprema, conforme o Legado Antigo.

Mitologia Nórdica

PANTEÃO NÓRDICO

"Ygdrasill" é uma árvore freixo, o eixo do mundo. Nas raízes ficam os mundos subterrâneos, habitados por povos hostis. Em torno do tronco, fica "Midgard", mundo material dos homens. Nos ramos mais altos, que roçam o Sol e Lua, fica "Asgard", domínio dos Deuses, com muitos palácios, e com o Salão do Mortos, "Vallalla", onde os guerreiros são recebidos.

DEUSES

ODIN - Pai de todos, protetor dos poetas, dos guerreiros, dos estadistas e o Deus da morte, da Guerra e da Magia. Carrega a lança Gungnir que nunca erra o alvo e que no cabo, tem runas gravadas, que ditam a preservação da lei. Cavalga o garanhão de oito patas Sleiphir e reune guerreiros para lutarem com ele. Conquistou as runas , alfabeto nórdico, para a humanidade através de um ato de sacrifício pessoal e trocou seu olho direito por sabedoria. Seu dia: quarta-feira.

FRIGG - Esposa de Odin. Deusa da Fertilidade, versão da mãe Terra. É associada a Nerthus (Idade do bronze). É conhecida por sua sabedoria e por nunca revelar nada a ninguém, nem mesmo ao seu esposo. É representada por uma sacerdotisa nua de cabelos longos, usando um torc (colar de ouro) e pulseiras nos braços e pernas.

THOR - Deus do trovão, filho de Odin. Sua arma, o martelo de pedra Mijollnir. Thor é invocado nas mágicas rúnicas como força vingadora. Casou-se com a Deusa Sif, do trigo. Seu dia: quinta-feira.

BALDUR - Dos deuses do sexo masculino, este é o mais jovem e o mais bonito. Deus do Sol e do Verão. Irmão de Thor, é o mais eloquente dos deuses.

LOKI - Deus do fogo, irmão de sangue de Odin, trapaceiro do panteão, é o bom e o mau em uma só pessoa. Tem descendência dos povos gigantes. Seu dia: sábado.

TYR - É o Deus do combate, o general do panteão, ao passo que Thor é mais o guerreiro e Odin, o estadista. Seu dia: Terça-feira.

NJORD - É o Deus do mar e o protetor dos marinheiros e dos pescadores. Representaçào paterna do Vanir, ele é o concessor das riquezas e um corajoso guerreiro. Casado com a Deusa Skadi.

FREY - Filho de Njord, é o patrono da fertilidade, o soberano do reino dos duendes responsáveis pelo crescimento da vegetação. A sua principal característica é o seu pênis ereto, e é o equivalente setentrional, mais próximo do deus de Wicca.

FREYA - Irmã de Frey, é a mais famosa das deusas e protetora do amor e da feitiçaria. Compartilhou com Odin a morte em batalha, recebendo o primeiro golpe.Seu dia: sexta-feira.

HEIMDAL - É o deus brilhante, guardião da ponte do arco-íris que conduz à Asgard e possuidor do Gjallanhorn que ele sopra na batalha de Ragnarök. Sua audição é tão sensível que ele pode ouvir a grama brotando e a lã crescendo no dorso de uma ovelha.

NORNES - Deusas do destino: Urd, Verdandi e Skuld. São as três irmãs que tecem o destino dos homens em seus teares. Guardam a Yggdrasill, a árvore do mundo, que sustenta a Terra.Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é muito velha e vive olhando para trás, por sobre os ombros. Verdandi é uma jovem e olha sempre para o presente e finalmente Skuld, vive encapuçada e possui um pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro.

IDUN - Deusa da saúde e mulher de Bragi, deus da poesia. Ela é responsavel pela saúde dos deuses, que precisavam comer uma maçã por dia, vinda de seu cofre de madeira de freixo, para manterem sua juventude e força.

MIMIR - Gigante, guardião da Fonte da Sabedoria e amigo de Odin.

AEGIR - Gigante dos mares.

VALKYRIAS - Mulheres que apareciam para os guerreiros que iam morrer e ficavam invisíveis para os demais.

DVALIN - Soberano dos anões
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DAIN - Soberano dos Elfos.