sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bruxaria


Bruxaria é a utilização , com intenção maligna, de poderes sobrenaturais por meio de ritos mágicos e com o fim de causar malefício a certas pessoas, assim como benefícios a seus praticantes. O fenômeno existe desde os tempos pré-históricos. Aparece já em Homero e na própria mitologia grega, através de figuras como Medéia e Circe.

Para os cristãos, as bruxas estão presentes desde o Velho Testamento. Em um momento crucial de sua vida, Saul consultou a feiticeira de Endor, embora pela lei de Moisés a bruxaria fosse punida com a morte. No cristianismo primitivo, conhecia-se a prática de ritos mágicos, mas os apóstolos consideravam-na fruto de ardis do demônio, pois entendiam que somente Deus dispunha de poderes sobrenaturais.

O conceito de bruxaria na Idade Média baseava-se em certas pressuposições. Inclusive a crença de que o diabo e seus subordinados (demônios, íncubos e súcubos) eram reais e exerciam seus poderes no mundo tendo relações físicas com as pessoas e estabelecendo pactos entre seres humanos e o mal. Na Antigüidade, a crença nas práticas de bruxaria através da intervenção de espíritos e demônios era universal

A febre da caça às feiticeiras assolou a Europa de 1050 até o final do século XVII, quando ressurgiram as crenças de que a bruxaria era produto do contato com as forças do demônio. Entretanto, a questão só assumiu aspectos dramáticos a partir do século XIV, quando a igreja implantou os tribunais da Inquisição para reprimir tanto a disseminação das seitas heréticas como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Ao dar importância ao problema, a perseguição contribuiu para que ele adquirisse ainda maiores proporções.

Daí em diante, à medida que proliferaram os tribunais da Inquisição, os processos aumentaram rapidamente. A acusação sistemática só se verificou na época que é considerada a última fase da Idade Média, o fim do século XV, principalmente após a bula Summis desiderantes affectibus (1484), do papa Inocêncio VIII, e da obra Malleus maleficarum (1487; Martelo das feiticeiras), dos dominicanos Heinrich Kraemer e Johann Sprenger, em que se firmaram as normas do processo inquisitorial contra a feitiçaria.

A perseguição às bruxas foi metódica e violenta no norte da França, no sul e oeste da Alemanha e muito especialmente na Inglaterra e na Escócia, onde houve o maior número de vítimas. Os colonizadores ingleses levaram esse procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo contra as bruxas de Salem, em Massachusetts, narrado no livro Wonders of the invisible world (Milagres do mundo invisível - 1693) do clérigo puritano Cotton Mather (1663-1728)

Em geral, acusava-se de bruxaria mulheres velhas, mas com menor freqüência também jovens e, excepcionalmente, homens. As acusações registradas contra essas pessoas referiam-se a toda espécie de malefícios contra a vida, a saúde e a propriedade: aborto das mulheres, impotência dos homens, doenças humanas ou do gado, catástrofes e temporais. As bruxas eram também denunciadas por pactos com o diabo. Montadas em vassouras, voariam pelos ares e se reuniriam em lugares ermos para celebrar o sabá e entregar-se a orgias. O último processo na Inglaterra ocorreu em 1712, e a última fogueira de bruxas na Europa foi acesa em 1782, no cantão suíço de Glarus.

A bruxaria é comum a todas as partes do mundo. A diferença reside no fato de que, em algumas sociedades, os bruxos (também chamados de curandeiros ou feiticeiros) desempenham funções importantes na comunidade. Na Índia, algumas tribos e membros das castas mais baixas acorrem, com freqüência, a bruxos e feiticeiros. Até os hindus de altas castas recorrem a eles em épocas de seca ou fome. Existem cultos ao demônio nas ilhas Salomão e ilhas Hébridas, no Pacífico. Na Birmânia, Indonésia e outras partes da Ásia, os bruxos ocupam papéis importantes na vida cotidiana. A bruxaria se estende por toda a África. O vodu no Haiti e feiticeiros de outros países latino-americanos representam formas de bruxaria.

Com a chegada do novo milênio, cresce vada vez mais a procura por ocultismo e bruxaria.


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